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Mecanismos Neurocognitivos da Superdotação Matemática: Revisão e Perspectivas

Este artigo revisa a literatura sobre os mecanismos neurocognitivos que sustentam tais habilidades, destacando características neurais gerais e específicas observadas em cérebros matematicamente superdotados.

por Redação CPAH

A superdotação matemática em crianças e adolescentes é caracterizada por habilidades excepcionais em raciocínio lógico, imaginação mental e criatividade. Este artigo revisa a literatura sobre os mecanismos neurocognitivos que sustentam tais habilidades, destacando características neurais gerais e específicas observadas em cérebros matematicamente superdotados. Estudos de neuroimagem e eletrofisiologia identificaram uma conectividade funcional aprimorada na rede fronto-parietal, maior lateralidade direita e interação inter-hemisférica aumentada, fatores que contribuem para o desempenho superior em resolução de problemas matemáticos.

Métodos:

A revisão inclui dados de estudos que empregaram ressonância magnética funcional (fMRI), tomografia por emissão de pósitrons (PET) e eletroencefalografia (EEG) para investigar a atividade cerebral em repouso, a resposta neuronal a estímulos e a ativação relacionada a tarefas matemáticas. Critérios de seleção para indivíduos superdotados incluíram inteligência acima da média, desempenho acadêmico superior e participação em competições matemáticas. Técnicas como análise de conectividade funcional e medidas de anisotropia fracionada (DTI) foram usadas para correlacionar habilidades matemáticas com a estrutura e função cerebral.

Resultados:

Indivíduos superdotados apresentaram ativação intensificada em regiões específicas, como o córtex pré-frontal dorsolateral (DLPFC) e o córtex parietal posterior (PPC), associadas à memória de trabalho visuoespacial e ao controle executivo. Além disso, padrões bilaterais de processamento e conectividade estrutural robusta no corpo caloso foram identificados como marcadores neurais distintivos. Estudos de EEG mostraram maior eficiência neural, com menor alocação de recursos cerebrais para tarefas equivalentes em comparação com indivíduos não superdotados.

Discussão:

Os achados sugerem que a superdotação matemática resulta de uma combinação de desenvolvimento cortical precoce e maior integração funcional entre redes cerebrais. Diferenças sexuais em habilidades matemáticas, relacionadas a fatores biológicos e culturais, também foram abordadas. Sugere-se que futuras pesquisas explorem a interação entre criatividade e inteligência matemática, utilizando abordagens multimodais de neuroimagem.

Conclusão:

 Este artigo fornece insights neurobiológicos significativos sobre a superdotação matemática, propondo que características únicas do cérebro superdotado facilitam desempenho cognitivo superior. Investigações futuras devem priorizar métodos avançados de análise de conectividade e integrar dados comportamentais e neurais para melhor compreender a complexidade dessa habilidade excepcional.

Referência:

Zhang, L., Gan, J. Q., & Wang, H. (2017). Neurocognitive mechanisms of mathematical giftedness: A literature review. Applied Neuropsychology: Child, 6(1), 79–94. https://doi.org/10.1080/21622965.2015.1119692

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