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Por que Cooper não é esmagado ao entrar em Gargantua em Interestelar

por Redação CPAH

No final do filme Interestelar, quando Cooper entra no buraco negro Gargantua, ele não se desintegra devido à forma como o filme aborda teorias físicas e artísticas de maneira ficcional e criativa.

  1. Representação Ficcional do Buraco Negro:

Buracos negros, segundo a ciência, possuem uma região chamada horizonte de eventos, onde a gravidade é tão intensa que nada pode escapar, nem mesmo a luz. Após cruzar esse limite, a matéria seria esmagada pela enorme gravidade, e os átomos se desintegrariam em um processo chamado espaguetificação, onde as forças de maré esticam e destroem qualquer coisa.

No entanto, Interestelar introduz um conceito hipotético chamado de buraco negro com singularidade navegável, permitindo que Cooper sobreviva à sua passagem. Isso é uma escolha ficcional para explorar a narrativa, inspirada por teorias físicas especulativas.

  1. Papel do Buraco Negro como “Tesseract”:

Quando Cooper atravessa Gargantua, ele não encontra a singularidade “real” (onde a física convencional quebra). Em vez disso, ele é levado a um tesseract — uma representação tridimensional de um espaço-tempo quadridimensional. Esse tesseract foi construído por seres avançados (os “Eles”, ou futuros humanos) para permitir que ele interagisse com o espaço-tempo sem ser destruído. Isso alivia a necessidade de respeitar as leis físicas que governariam um buraco negro verdadeiro.

  1. Consultoria Científica e Liberdades Artísticas:

O físico Kip Thorne, consultor do filme e vencedor do Nobel de Física, ajudou a criar uma base científica para o roteiro. Ele garantiu que muitos aspectos do buraco negro fossem fisicamente precisos (como sua aparência e efeitos gravitacionais). No entanto, a sobrevivência de Cooper foi uma escolha narrativa, não científica. Thorne deixou claro que, na realidade, a sobrevivência seria impossível.

  1. Teorias Especulativas:

Existem hipóteses teóricas, embora não comprovadas, que Interestelar aproveita:
• Buracos negros rotacionais (Kerr black holes): Se Gargantua fosse um buraco negro rotacional, a singularidade poderia ser um anel em vez de um ponto. Em teoria, isso permitiria “navegação” limitada através do buraco negro.
• Pontes de Einstein-Rosen (Buracos de Minhoca): Gargantua poderia servir como um portal para outro espaço-tempo, o que justificaria o tesseract e a ausência de espaguetificação.

Resumo:

Cooper não se desintegrou ao entrar no buraco negro porque o filme opta por uma abordagem fictícia e especulativa, baseada em conceitos teóricos como buracos de minhoca e singularidades navegáveis, permitindo que ele explore o espaço-tempo de forma funcional para a narrativa. Em um cenário real, a sobrevivência seria altamente improvável devido às forças extremas presentes dentro de um buraco negro.

Imagem, Matthew McConaughey em Interestelar © Melinda Sue Gordon I Via Warner Bros. Entertainment, Inc. and Paramount Pictures Corporation. All Rights Reserved. 2014

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