A questão sobre qual é o “melhor” QI ou nível de inteligência a ser alcançado é complexa e repleta de nuances. Primeiramente, é importante esclarecer que a pontuação de QI pode variar conforme o teste utilizado. Testes profissionais padronizados, amplamente aceitos mundialmente, geralmente apresentam um teto em torno de 160 pontos, com normalização baseada em uma distribuição de aproximadamente ±2,5 desvios-padrão (DP). Em alguns casos, há a utilização de testes que estendem essa faixa para +3,0 DP e, raramente, para +4,0 DP. Há ainda instrumentos específicos — ou aqueles com ajustes de desvio padrão, como 24 em vez dos tradicionais 15 ou 16 — que podem alcançar pontuações de até 196 pontos. Contudo, essas pontuações diferenciadas são exceções e frequentemente envolvem extrapolações com intervalos de erro significativamente amplos, comprometendo sua confiabilidade.
É fundamental destacar que testes “de hobby” ou não regulamentados podem afirmar tetos de pontuação muito elevados, mas esses resultados carecem de respaldo científico, pois não dispõem de grupos de referência suficientemente amplos para validar medições em faixas tão altas. Assim, ao observar pontuações de QI superiores a 160, é imprescindível questionar a metodologia e a robustez do teste empregado. Revisões e estudos científicos indicam que, mesmo dentro do 1% da população com QI mais elevado, existem diferenças notáveis nas realizações e na capacidade cognitiva, especialmente quando se analisa o desempenho dos indivíduos que estão no quarto inferior em comparação com os do quarto superior dessa faixa.
Outro ponto relevante é que não existem pessoas cujas capacidades intelectuais sejam imensuráveis pelos testes de QI confiáveis. Uma pessoa com alta inteligência demonstrará, em princípio, um desempenho elevado em qualquer teste de qualidade, independentemente da escala ou do formato adotado. Os testes profissionais são projetados para captar nuances da inteligência em diversos níveis, garantindo que indivíduos com habilidades cognitivas excepcionais sejam identificados de forma consistente e mensurável.
Em resumo, quanto maior a pontuação de QI em um teste profissionalmente validado, melhor o desempenho cognitivo medido, desde que se respeitem os limites e as metodologias amplamente aceitas internacionalmente. Embora existam testes com escalas alternativas e tetos superiores — como aqueles que utilizam um desvio padrão de 24 e podem atingir pontuações de até 196 —, a maioria dos instrumentos reconhecidos globalmente adota um teto em torno de 160 pontos, garantindo a comparabilidade e a confiabilidade dos resultados. Dessa forma, a avaliação da inteligência, mesmo em níveis muito elevados, permanece mensurável e passível de comparação, desde que os testes utilizados se baseiem em métodos estatísticos sólidos e amostras de referência adequadas.
