Início ColunaNeurociências O Papel das Bombas de Efluxo na Resistência ao Praziquantel em Schistosoma mansoni

O Papel das Bombas de Efluxo na Resistência ao Praziquantel em Schistosoma mansoni

O praziquantel (PZQ) é o fármaco principal no tratamento, mas o surgimento de resistência representa um desafio crescente.

por Redação CPAH

A esquistossomose, uma doença negligenciada que afeta cerca de 249 milhões de pessoas globalmente, é causada por trematódeos do gênero Schistosoma. O praziquantel (PZQ) é o fármaco principal no tratamento, mas o surgimento de resistência representa um desafio crescente. Este estudo investigou o papel das bombas de efluxo, particularmente transportadores semelhantes à glicoproteína P (Pgp), na resistência ao PZQ em Schistosoma mansoni.

Metodologia: Uma cepa de S. mansoni resistente ao PZQ foi selecionada por meio de pressão contínua com o medicamento, atingindo tolerância de até 1200 mg/kg em camundongos modelo (Mus musculus). A atividade das bombas de efluxo foi avaliada com brometo de etídio (EtBr) em ensaios de fluorescência na presença e ausência de verapamil, um inibidor de bombas de efluxo. Ensaios ex vivo analisaram a susceptibilidade de vermes adultos ao PZQ em concentrações variadas de verapamil, enquanto a expressão de RNA do gene SmMDR2, um ortólogo de Pgp, foi quantificada por RT-PCR.

Resultados: A cepa resistente apresentou maior atividade de bombas de efluxo e expressão de SmMDR2 em machos adultos, em comparação com a cepa suscetível. A adição de verapamil reverteu parcialmente a resistência ao PZQ, reduzindo a dose letal necessária para ambos os machos suscetíveis e resistentes. No entanto, fêmeas não demonstraram alterações significativas na resistência ao PZQ associadas à presença de verapamil, indicando mecanismos distintos de susceptibilidade entre os sexos.

Discussão: Os achados confirmam o papel das bombas de efluxo, especialmente transportadores do tipo Pgp, na resistência ao PZQ em machos de S. mansoni. A inibição das bombas por verapamil destaca uma potencial estratégia terapêutica combinada para reverter a resistência. Estes resultados reforçam a necessidade de vigilância contínua e estudos adicionais sobre os mecanismos genéticos de resistência para embasar o desenvolvimento de novas abordagens de controle da esquistossomose.

Referência:

Pinto-Almeida, A., Mendes, T., Armada, A., Belo, S., Carrilho, E., Viveiros, M., & Afonso, A. (2015). The Role of Efflux Pumps in Schistosoma mansoni Praziquantel Resistant Phenotype. PLoS ONE, 10(10), e0140147. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0140147

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