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Impressões Clínicas de Apresentações Autistas e a Relação com Diagnósticos

O foco incluiu indivíduos que perderam o diagnóstico na adolescência (LAD) e grupos neurotípicos (NT), explorando a concordância entre impressões iniciais e critérios diagnósticos padrão-ouro.

por Redação CPAH

Introdução:

O estudo investigou as primeiras impressões clínicas de características autistas, especialmente a “autismo evidente” (frank autism), em adolescentes e jovens adultos com diagnóstico prévio ou atual de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O foco incluiu indivíduos que perderam o diagnóstico na adolescência (LAD) e grupos neurotípicos (NT), explorando a concordância entre impressões iniciais e critérios diagnósticos padrão-ouro.

Métodos:

Participaram 74 indivíduos de 12 a 39 anos, distribuídos em grupos TEA (n=24), LAD (n=24) e NT (n=26). As avaliações incluíram observações de cinco minutos, conduzidas por clínicos graduandos e especialistas, e uso da ADOS-2 como referência diagnóstica. Os comportamentos analisados abrangeram prosódia, expressões faciais, reciprocidade social e outros sinais autistas. A análise estatística utilizou modelos lineares para correlações entre impressões e escores de gravidade (CSS).

Resultados:

As impressões clínicas mostraram alta especificidade (88%) e valores preditivos negativos (84,6%), indicando precisão para descartar TEA. No entanto, a sensibilidade (66,7%) e os valores preditivos positivos (72,7%) foram moderados, revelando desafios na identificação de casos autistas. As características mais preditivas foram prosódia atípica e expressões faciais. No grupo LAD, embora as características autistas fossem sutis, algumas persistiam, o que impactava a acurácia das impressões iniciais.

Discussão:

As impressões iniciais foram geralmente consistentes com diagnósticos formais, mas insuficientes para detectar todos os casos de TEA. Diferenças comportamentais entre os grupos TEA, LAD e NT destacaram variações na apresentação clínica, com implicações na subdiagnose de características atípicas em adultos e adolescentes.

Conclusões:

Este estudo reforça que avaliações breves capturam informações úteis, mas devem ser complementadas por métodos estruturados para diagnósticos mais precisos. A persistência de sinais sutis em indivíduos LAD sugere a necessidade de maior atenção a critérios subclínicos em diagnósticos e intervenções.

Referência:

Canale, R. R., et al. (2024). Investigating frank autism: clinician initial impressions and autism characteristics. Molecular Autism, 15(48). https://doi.org/10.1186/s13229-024-00627-z

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