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Diferenças Motivacionais entre Estudantes Gregos Superdotados de Alto e Baixo Desempenho Acadêmico

Este estudo investiga as diferenças nos perfis motivacionais de estudantes superdotados de alto e baixo desempenho acadêmico, comparando-os com estudantes não superdotados de alto desempenho.

por Redação CPAH

Introdução
A motivação desempenha um papel crucial no desempenho acadêmico de estudantes superdotados, sendo um fator determinante na distinção entre aqueles que alcançam seu potencial e os que apresentam subdesempenho. Este estudo investiga as diferenças nos perfis motivacionais de estudantes superdotados de alto e baixo desempenho acadêmico, comparando-os com estudantes não superdotados de alto desempenho. O objetivo é esclarecer a relação entre motivação e superdotacão, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de intervenções educacionais eficazes.

Métodos
Foram avaliados 34 estudantes superdotados de alto desempenho (19 meninos e 15 meninas), 31 superdotados de baixo desempenho (17 meninos e 14 meninas) e 37 não superdotados de alto desempenho (20 meninos e 17 meninas), com idades entre 8 e 12 anos. A superdotacão foi definida por um quociente de inteligência (QI) superior a 130, medido pela versão grega padronizada do WISC-III. A motivação foi avaliada por meio do Questionário de Motivação Escolar (SMQ), que mensura orientações de realização (domínio, ego, competitiva, individualista, cooperativa), motivação intrínseca e orientação para o sucesso e para evitar o fracasso. Análises univariadas de variância (ANOVA) foram utilizadas para identificar diferenças significativas entre os grupos.

Resultados
Os estudantes superdotados de alto desempenho apresentaram níveis mais elevados de motivação em todas as dimensões quando comparados aos não superdotados de alto desempenho e aos superdotados de baixo desempenho. O grupo de superdotados com baixo desempenho demonstrou menores níveis de orientação para o domínio (F(2,98) = 39.24, p<.001), orientação para o ego (F(2,98) = 38.74, p<.001), orientação competitiva (F(2,98) = 41.2, p<.001), orientação individualista (F(2,98) = 37.61, p<.001), orientação cooperativa (F(2,98) = 33.83, p<.001), motivação intrínseca (F(2,98) = 41.81, p<.001), orientação para o sucesso (F(2,98) = 3.18, p< .05) e orientação para evitar o fracasso (F(2,98) = 14.29, p<.001)

Discussão
Os resultados sugerem que a motivação é um fator essencial na diferença de desempenho entre estudantes superdotados, corroborando a hipótese de que a superdotacão intelectual e a motivação são constructos distintos. Fatores contextuais, como a falta de adaptação do ambiente educacional às necessidades dos estudantes superdotados, podem contribuir para a redução da motivação e consequente subdesempenho. Estudantes superdotados de baixo desempenho demonstraram menor orientação social, o que pode afetar negativamente seu engajamento acadêmico e relações interpessoais.

Conclusão
Os achados deste estudo enfatizam a necessidade de intervenções educacionais diferenciadas que levem em consideração a motivação como um fator essencial no desempenho acadêmico de estudantes superdotados. Abordagens pedagógicas que promovam a definição de metas realistas, incentivem a autonomia e forneçam suporte individualizado podem ser fundamentais para otimizar o potencial desse grupo. O estudo também destaca a relevância de pesquisas futuras para aprofundar a compreensão sobre as interações entre inteligência, motivação e contexto educacional.

Referência:
Agaliotis, I., & Kalyva, E. (2019). Motivational Differences of Greek Gifted and Non-Gifted High-Achieving and Gifted Under-Achieving Students. International Education Studies, 12(2), 45-56. https://doi.org/10.5539/ies.v12n2p45

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