Início ColunaEstética “Chip da Beleza”: Anvisa suspende produto no Brasil. Saiba tudo

“Chip da Beleza”: Anvisa suspende produto no Brasil. Saiba tudo

Esses implantes, aplicados sob a pele e contendo um ou mais hormônios, são amplamente utilizados para fins estéticos e no tratamento de sintomas como fadiga e menopausa.

por Dr. Alexandre Silva e Silva

Esta semana, a Anvisa anunciou a suspensão da venda e do uso dos implantes hormonais conhecidos como “chip da beleza”. A decisão afeta os produtos manipulados em farmácias, proibindo sua comercialização, propaganda e utilização.

Esses implantes, aplicados sob a pele e contendo um ou mais hormônios, são amplamente utilizados para fins estéticos e no tratamento de sintomas como fadiga e menopausa. No entanto, a Anvisa alertou que esses produtos não possuem registro, e não há garantias de qualidade, segurança e eficácia. Entre os riscos associados estão colesterol elevado, hipertensão, AVC e arritmias.

O que são os “chips da beleza”?

Os chamados “chips da beleza” são implantes hormonais subcutâneos, semelhantes ao tamanho de um palito de fósforo, que liberam hormônios no organismo de forma contínua. Eles são frequentemente utilizados para promover perda de peso, ganho de massa muscular e controle de sintomas hormonais, como os associados à menopausa.

Como eles funcionam?

Os implantes hormonais funcionam por meio de uma liberação constante de hormônios na corrente sanguínea. Esses hormônios, que incluem estradiol, progesterona e testosterona, são comumente administrados por via oral ou transdérmica.

Segundo o Dr. Alexandre Silva e Silva, a entrega hormonal dos implantes manipulados difere dos métodos tradicionais:

“Quando colocamos um implante hormonal subcutâneo, o organismo o identifica como um corpo estranho e inicia um processo de defesa. O corpo cria uma nova vascularização ao redor do implante, permitindo que o sangue entre em contato direto com ele, liberando pequenas quantidades de hormônios na corrente sanguínea a cada batimento cardíaco”, explica.

Essa liberação contínua é o que garante o efeito prolongado do implante, mas também pode apresentar desafios em termos de segurança e eficácia.

O que especialistas dizem sobre os implantes?

Embora existam benefícios associados à terapia hormonal, como redução do risco cardiovascular e menor probabilidade de desenvolvimento de osteoporose, nem todas as mulheres podem utilizá-los.

“Pacientes com histórico de câncer de mama, por exemplo, não podem ser submetidas à terapia de reposição hormonal devido ao risco aumentado de reincidência da doença. Além disso, não há estudos científicos robustos que comprovem a segurança e eficácia dos implantes hormonais manipulados”, afirma Dr. Alexandre Silva e Silva.

Ele também alerta para o uso inadequado: “Se usados de forma errada, principalmente em superdosagens, visando efeitos estéticos rápidos, os implantes podem causar inúmeros efeitos colaterais e prejudicar as usuárias.”

Reflexão e próximos passos

A suspensão dos implantes hormonais pela Anvisa destaca a necessidade de estudos mais aprofundados sobre essa tecnologia. “O momento exige reflexão e a condução de estudos científicos que possam responder de forma definitiva às perguntas sobre a segurança e eficácia desse método. A prática médica deve ser sempre baseada em evidências científicas para garantir a segurança das pacientes”, conclui Dr. Alexandre Silva e Silva.

Alguns destaques

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