Início ColunaMedicina Eficácia e Segurança das Abordagens Farmacológicas no Tratamento da Obesidade: Revisão Crítica e Comparativa das Estratégias Terapêuticas

Eficácia e Segurança das Abordagens Farmacológicas no Tratamento da Obesidade: Revisão Crítica e Comparativa das Estratégias Terapêuticas

Apesar das intervenções sustentadas em mudanças no estilo de vida serem o pilar do tratamento, a farmacoterapia representa uma opção complementar relevante, especialmente para indivíduos que não obtêm sucesso com métodos eficazes.

por Redação CPAH

Introdução
A obesidade é uma condição multifatorial associada a um risco aumentado de doenças crônicas, incluindo diabetes tipo 2, hipertensão arterial e disfunções cardiovasculares. Apesar das intervenções sustentadas em mudanças no estilo de vida serem o pilar do tratamento, a farmacoterapia representa uma opção complementar relevante, especialmente para indivíduos que não obtêm sucesso com métodos eficazes. Este estudo revisa criticamente a eficácia e a segurança das principais abordagens farmacológicas disponíveis no Brasil para o manejo da obesidade.

Métodos
Foi realizada uma revisão narrativa da literatura, utilizando critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Os artigos foram selecionados a partir das bases PubMed, SciELO e Cochrane Library, abordando estratégias farmacológicas para o tratamento da obesidade em pacientes adultos. Os medicamentos analisados ​​incluem orlistato, sibutramina, agonistas do receptor GLP-1 (liraglutida e semaglutida), uma combinação de bupropiona e naltrexona, e a lisdexanfetamina . Foram avaliadas suas eficácias, mecanismos de ação, perfis de segurança e impactos metabólicos.

Resultados
Orlistate :
atua como inibidor de lipases gastrointestinais, reduzindo a absorção de gorduras. Estudos indicam eficácia na perda de peso quando combinado com uma dieta hipocalórica. Os principais efeitos adversos incluem desconforto gastrointestinal e esteatorreia.

Sibutramina : inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina, promove saciedade e redução da ingestão calórica. Embora eficaz, seu uso é contraindicado em pacientes com risco cardiovascular devido ao aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.

Agonistas do receptor GLP-1 : liraglutida (uso diário) e semaglutida (uso semanal) demonstraram significativa perda de peso e melhoria das interações metabólicas. A semaglutida mostrou-se superior à liraglutida na redução ponderal e na adesão ao tratamento. Náuseas e vômitos foram os efeitos adversos mais comuns.

Bupropiona + Naltrexona : modula os centros de controle do apetite no sistema nervoso central. Estudos indicam eficácia na redução do peso, especialmente quando associadas a intervenções comportamentais. Efeitos adversos incluem náusea, cefaleia e insônia.

Lisdexanfetamina : aprovada para o tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), demonstrada eficácia na redução de episódios compulsivos e na perda de peso. No entanto, requer monitoramento devido a efeitos adversos como insônia, xerostomia e aumento da frequência cardíaca.

Discussão
A escolha do tratamento farmacológico deve considerar o perfil clínico individual, com ênfase na personalização terapêutica para otimização dos estágios. Ensaios clínicos planejados indicam que a semaglutida é a opção mais eficaz para perda de peso sustentada, enquanto o orlistado permanece relevante para pacientes que preferem uma abordagem sem efeitos sobre o sistema nervoso central. A lisdexanfetamina tem benefícios específicos para o TCAP, mas com necessidade de monitoramento contínuo.

Conclusão
O tratamento farmacológico da obesidade é uma ferramenta poderosa, mas deve ser integrado às mudanças no estilo de vida para maximizar a eficácia e reduzir riscos. A individualização do tratamento, baseada nas características metabólicas e clínicas do paciente, é fundamental para a obtenção de melhores resultados. Estudos futuros devem investigar a segurança a longo prazo dessas intervenções, especialmente em pacientes com comorbidades associadas.

Palavras-chave: obesidade, farmacoterapia, agonistas do receptor GLP-1, sibutramina, bupropiona, lisdexanfetamina.

Referência:
SILVA, Caio Marques da et al. ERevista de Pesquisa Médica e Biociências , v. 1, n. 510.70164 /jmbr .v1i5.423 .

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