Início ColunaNeurociências Superdotação e Subfuncionamento Cognitivo: Quando a Genética Revela o que os Testes Não Mostram

Superdotação e Subfuncionamento Cognitivo: Quando a Genética Revela o que os Testes Não Mostram

por Redação CPAH

Um caso real de reconfiguração identitária através do GIP – Genetic Intelligence Project

Centro de Pesquisa e Análises Heráclito – CPAH

Resumo:
Este artigo apresenta um relato técnico-reflexivo de um caso atendido por meio do Genetic Intelligence Project (GIP), destacando a importância da análise genética integrada a indicadores neuropsicológicos no diagnóstico preciso de superdotação. A experiência evidencia como o subfuncionamento cognitivo pode mascarar altas habilidades, levando a subestimação do potencial e a interpretações clínicas imprecisas. Ao final, propõe-se uma abordagem híbrida entre genômica aplicada, neurociência comportamental e reestruturação do ambiente para revelação plena do potencial humano.

Introdução
A superdotação permanece, ainda hoje, um traço muitas vezes invisível sob a superfície dos comportamentos. Há indivíduos com altíssimo potencial intelectual que atravessam a adolescência ou a vida adulta sem nunca serem identificados, não por ausência de capacidade, mas por um descompasso entre sua estrutura cognitiva e os filtros avaliativos clássicos. O Genetic Intelligence Project (GIP) nasceu justamente dessa lacuna, buscando integrar marcadores genéticos, funcionais e comportamentais para identificar talentos subestimados.

O caso F. S. Fontes: quando o QI não revela tudo
Em 2023, um candidato apresentou pontuação de 110 em teste padronizado de QI, o que o colocava levemente acima da média populacional, mas distante dos critérios formais para altas habilidades. No entanto, o cruzamento com seu perfil genético indicou algo diferente: presença significativa de polimorfismos associados à inteligência fluida, ao desempenho verbal, à plasticidade sináptica e ao volume intracraniano acima do percentil 98.

Ao aprofundar a análise, observou-se uma predisposição ao TDAH do tipo combinado. Essa condição, associada à impulsividade, instabilidade emocional e baixa motivação escolar, pode gerar um efeito de mascaramento do QI, interferindo na expressão funcional do potencial intelectual. Ou seja, o que parecia um desempenho mediano era, na verdade, o reflexo de um cérebro de alta capacidade operando sob bloqueios de autorregulação e ansiedade.

Transformação e redescoberta
Com base no relatório do GIP, o candidato reformulou seus hábitos, passou a compreender os próprios limites atencionais e buscou estratégias de foco. Meses depois, realizou um novo teste de QI completo e validado, cujos resultados confirmaram a hipótese inicial: superdotação.

Essa trajetória culminou com sua entrada no grupo Gifted e, mais do que isso, com a reconfiguração de sua autoimagem. Não se tratou apenas de identificar uma capacidade, mas de validar uma identidade antes fragmentada pela frustração e subestimação.

Discussão: o impacto científico e humano da genômica cognitiva
Esse caso real aponta para uma mudança de paradigma. A inteligência não deve mais ser avaliada apenas por sua expressão momentânea, mas por sua capacidade latente. A genética, nesse contexto, não é determinista, mas orientadora. Ela sinaliza o que pode ser revelado sob as condições certas.

A integração entre dados genéticos, história de vida e ambiente permite uma leitura mais justa das competências humanas. Em especial, no caso de perfis neurodivergentes, a genômica pode funcionar como um mapa que antecede a manifestação plena das habilidades.

Conclusão
O GIP vem consolidando seu valor ao revelar talentos ocultos, resgatando trajetórias desviadas pela incompreensão e devolvendo a muitos o direito de reconhecer-se como são: dotados de um potencial que, embora calado por um tempo, continua esperando para ser ouvido.

Autores:
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues – Diretor de Pesquisa do CPAH
Equipe Técnica GIP – Genetic Intelligence Project

Alguns destaques

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