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Declínio de QI em crianças testadas após um intervalo de 1 a 4 anos

Os resultados revelaram que 86% das crianças mantiveram a classificação de superdotadas no reteste.

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Cahan e Gejman (1993) investigaram a constância dos escores de QI em crianças superdotadas, buscando preencher a lacuna de pesquisas empíricas sobre o tema e explorar possíveis diferenças transculturais. O estudo analisou os escores de QI no teste WISC-R de 161 crianças israelenses, identificadas como superdotadas pelo Serviço Psicológico de Jerusalém entre 1981 e 1984. Os participantes foram reavaliados após um intervalo de 1 a 4 anos.

Os resultados revelaram que 86% das crianças mantiveram a classificação de superdotadas no reteste. As diferenças médias absolutas entre os testes variaram de 1/3 a 1/2 desvio padrão (5-8 pontos de QI) para os escores Verbal, de Execução e Total, e de 1/2 a 3/4 desvio padrão para os escores de subtestes. Em geral, os escores de Execução permaneceram constantes, enquanto os escores Verbais tenderam a diminuir. Não foram encontradas diferenças consistentes atribuíveis à idade de identificação ou ao intervalo entre as avaliações.

O estudo concluiu que, embora tenha havido um declínio nos escores de QI, a maioria das crianças manteve a classificação de superdotadas, apoiando a suposição de constância que embasa a identificação precoce de alunos para programas para superdotados, pelo menos durante os primeiros anos do ensino fundamental. No entanto, os autores enfatizam que esses resultados não devem ser interpretados como uma justificativa para a identificação única de crianças superdotadas, especialmente considerando que o intervalo de tempo do estudo foi relativamente curto e não incluiu a adolescência, período em que grandes mudanças são esperadas.

Em suma, o estudo de Cahan e Gejman (1993) oferece evidências empíricas sobre a constância dos escores de QI em crianças superdotadas, com implicações importantes para a identificação e o apoio a esses alunos. A pesquisa destaca a necessidade de estudos longitudinais mais abrangentes para investigar a estabilidade dos escores de QI ao longo do tempo, especialmente durante a adolescência e em diferentes contextos culturais.

Referência:

CAHAN, S.; GEJMAN, A. Constancy of IQ scores among gifted children. Roeper Review, v. 15, n. 3, p. 140-143, 1993.

© Foto de Jerry Wang na Unsplash

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