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Inteligência e Desempenho Acadêmico: Uma Análise Longitudinal

por Redação CPAH

Por: Dr. Peter J. Kpolovie

A investigação longitudinal sobre a relação entre inteligência e desempenho acadêmico oferece insights valiosos sobre como variáveis cognitivas impactam a aprendizagem ao longo do tempo. Este estudo, conduzido ao longo de quatro anos com estudantes nigerianos, explora especificamente a correlação entre o Quociente de Inteligência (QI) e o desempenho acadêmico em Matemática e Inglês, utilizando o Culture Fair Intelligence Test (CFIT) para medição do QI (Kpolovie, 2015).

A análise foca em como a inteligência, definida como a capacidade mental geral de aprender rapidamente, resolver problemas novos, deduzir relações e processar informações de maneira precisa, influencia diretamente os resultados acadêmicos. A metodologia adotada, um design longitudinal de série temporal, é particularmente eficaz para capturar mudanças e estabilidades nas características intelectuais e acadêmicas dos mesmos indivíduos ao longo do tempo (Kpolovie, 2016).

Os resultados demonstram uma correlação significativa entre o QI e o desempenho acadêmico tanto em Matemática quanto em Inglês, mesmo quando controlada a influência de uma das disciplinas sobre a outra. Especificamente, o QI explicou uma variação considerável no desempenho acadêmico, com coeficientes de determinação parciais entre 11.97% e 24.90% (Kpolovie, 2016). Este achado sugere que a inteligência geral, ou g, como proposto por Spearman (1904), é um preditor robusto de sucesso acadêmico, corroborando pesquisas anteriores que mostram uma forte associação entre o fator g e o desempenho em diversas tarefas cognitivas (Plomin & Spinath, 2004).

Adicionalmente, a estabilidade do QI ao longo dos anos foi confirmada, indicando que a inteligência medida pelo CFIT é relativamente constante após a adolescência, em linha com a teoria de Cattell sobre inteligência fluida e cristalizada (Cattell, 1987). Esta estabilidade é crucial para entender como o QI pode prever consistentemente o desempenho educacional ao longo do tempo.

Conclusão:

Este estudo destaca a importância de considerar a inteligência na formulação de políticas educacionais, especialmente em contextos onde o desempenho acadêmico é um indicador de sucesso futuro. A incorporação de testes de inteligência no sistema educacional nigeriano poderia proporcionar uma base para intervenções personalizadas que atendam às necessidades específicas de estudantes com diferentes níveis de QI. Futuras pesquisas poderiam explorar como intervenções educacionais específicas modulam a relação entre QI e desempenho acadêmico, além de investigar variáveis adicionais que possam influenciar essa dinâmica.

Referências:

Cattell, R.B. (1987). Intelligence: Its structure, growth, and action. New York: Elsevier.
Kpolovie, P.J. (2015). Indispensability of intelligence testing in the repositioning and revitalization of Nigerian education. Global Academic Journal.
Kpolovie, P.J. (2016). Excellent research methods. Indiana, USA: Partridge Publishing.
Plomin, R., & Spinath, F.M. (2004). Intelligence, genetics, and genomics. Journal of Personality and Social Psychology, 86(1), 112-129.
Spearman, C. (1904). General intelligence, objectively determined and measured. American Journal of Psychology, 15, 201-292.

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