Início ColunaNeurociências Prazer e amor: Uma união que resulta em saúde

Prazer e amor: Uma união que resulta em saúde

A atividade sexual, o prazer e o amor, podem e devem existir juntos e são muito necessários para a saúde e é isso que a Professora e Doutoranda em Neurociência da Logos University International, Luiza Moura de Souza Azevedo, tenta explicar através de uma abordagem neurocientífica.

por Redação CPAH

Pois é, a atividade sexual, o prazer e o amor, podem e devem existir juntos e são muito necessários para a saúde e, para entender sobre isso, vale compreender sobre a anatomia e fisiologia envolvidas nesse processo e daí já inicio citando o sistema límbico, com destaque ao hipotálamo, hipocampo e amígdala. O Sistema límbico é conhecido popularmente por ser o nosso “cérebro emocional” e encontra-se abaixo do córtex no cérebro dos mamíferos, englobando estruturas cerebrais responsáveis por nossas respostas emocionais, incluindo comportamentos sexuais e a formação de memórias, além de algumas respostas homeostáticas. De um modo bem resumido o hipocampo estaria envolvido na formação de novas memórias e também está associado ao aprendizado e às emoções; A amígdala seria o nosso “cérebro profundo” e comandaria o bom senso, controlando a agressividade e auxiliando na manutenção das nossas relações sociais, sendo responsável também pela tomada de boas decisões e reconhecimento de situações de risco. Inclusive vale saber também que no período da paixão a amígdala tende a funcionar mal, o que atrapalha o raciocínio e proporciona decisões impensadas, sem calcular riscos e sem medir consequências e é, inclusive daqui que surgiu a ideia de que “o amor é cego”, mas isso levaria a outra discussão que não diz exatamente sobre o amor, mas sobre a paixão-“pathos”, sofrimento, patológico.

E ao falar sobre o hipotálamo, já podemos fazer uma conexão aqui importante entre o amor, o prazer e os efeitos neurobiológicos e, nesse caso, podemos então pensar que durante o orgasmo, o ápice do prazer, o hipotálamo é estimulado a produzir, por exemplo, a ocitocina, conhecida como “hormônio do amor” que causa sensação de segurança, apego, vínculo e intimidade e vasopressina que reduz dores e provoca o relaxamento. Além disso, o amor vai provocando reações no nosso corpo que estimulam o árduo trabalho do nosso cérebro para a produção de alguns hormônios e neurotransmissores como a dopamina, que atua no nosso sistema de recompensa e provoca sensação de satisfação e prazer e ainda regula o humor e nos ajuda a manter o desejo e a motivação.

Vale trazer à pauta também toda a complexidade que permeia as nossas construções. Não nos reduzimos apenas a um corpo físico e tão pouco somos máquinas para sermos vistos apenas pela perspectiva de funcionamento.  Há sempre muito mais a se considerar sobre nossas diversas dimensões. Em se tratando de amor e sexo, além de pensarmos nas questões anatômicas, fisiológicas e bioquímicas, temos que pensar também nas singularidades das pessoas, nas suas construções sociais, culturais e espirituais e nas influências comportamentais conscientes e inconscientes. Precisamos descontruir alguns preconceitos e tabus que permeiam o sexo, valendo inclusive salientar que os benefícios do sexo estão para além do físico e isso essa discussão pelo campo da neurociência nos mostrou.

Sobre Luiza Moura de Souza Azevedo

Enfermeira. Psicanalista e Hipnoterapeuta. Perita Judicial. Professora, Doutoranda em Neurociência. Mestre em Psicologia e Intervenções em Saúde. Doutora Honoris Causa em Educação. PhD em Saúde Mental – Honoris Causa – IIBMRT – UDSLA (USA); Possui MBA em gestão de Pessoas e Liderança. Sexóloga; Especialista em Terapia de Casal: Abordagem Psicanalítica. Especialista em Saúde Pública. Especialista em Enfermagem do Trabalho. Especialista em Perícias Forenses. Especialista em Enfermagem Forense. Membro da Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Sexual. Membro do Departamento Internacional de Neurociências e Desenvolvimento Humano da Logos University International. Instagram: @luiza.moura.ef

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