A era da globalização, da transformação digital e da economia do conhecimento posicionou a partilha eficaz de conhecimento (PC) como um fator primordial para a competitividade organizacional. A PC é fundamental, pois apoia efetivamente a estratégia de negócios e complementa as iniciativas empresariais. Em um contexto onde as interações sociais e o ambiente de trabalho são cada vez mais mediados pela tecnologia, as plataformas de redes sociais (RS) surgiram como um facilitador chave para a PC.
Redes Sociais como Catalisadores da Partilha de Conhecimento
As redes sociais são definidas como aplicações de internet que possibilitam a criação e o intercâmbio de conteúdo gerado pelo utilizador, incluindo canais de comunicação de massa baseados na internet que facilitam as relações interpessoais. A crescente adoção de plataformas de redes sociais como ferramenta de PC tem sido amplamente reconhecida na academia e na indústria. Plataformas como Facebook, YouTube e WhatsApp emergiram como canais líderes para a aquisição e partilha de conhecimento.
O uso dessas plataformas amplifica significativamente a PC , pois podem eliminar limitações de espaço e tempo, permitir a criação de conteúdo multimédia e oferecer interfaces simples que permitem até mesmo a não especialistas partilhar e conectar-se. Além disso, as redes sociais são reconhecidas por fomentar interações e laços sociais informais dentro e entre organizações, o que tem um efeito primário de PC.
O Fator Crítico da Motivação
A eficácia das plataformas de redes sociais no aprimoramento da PC é amplificada pela elevação de dois fatores motivacionais críticos: a motivação para partilhar conhecimento (MPC) e a motivação para utilizar as redes sociais (MURS). O estudo empírico baseado em 450 profissionais de negócios demonstrou que o uso de plataformas de RS impulsiona a PC, e essa relação é significativamente moderada por ambos os tipos de motivação.
1. Motivação para Partilhar Conhecimento (MPC)
A motivação é o estímulo que leva um indivíduo a agir e alcançar um propósito. A MPC, seja ela intrínseca (como a satisfação pessoal ou crenças internas) ou extrínseca (como recompensas ou reconhecimento) , é um preditor significativo da PC. A teoria da autodeterminação (SDT) sublinha o papel da motivação intrínseca, que encoraja os funcionários a serem mais produtivos e a colaborar, superando obstáculos à transferência de conhecimento. Os achados corroboram que a MPC tem um efeito de contingência positivo na PC através de plataformas de RS.
2. Motivação para Utilizar as Redes Sociais (MURS)
A teoria dos usos e gratificações (UGT) postula que os indivíduos são utilizadores ativos que escolhem canais de comunicação com base nas suas necessidades e desejos percebidos. A MURS é um fator moderador que reflete a inclinação do indivíduo para adotar e usar essas tecnologias. Nem todos os indivíduos são peritos em tecnologia (tech savvy), e alguns podem ter baixa preparação ou receios quanto ao uso de plataformas de RS. Portanto, o incentivo para usar a tecnologia, que está em consonância com a UGT, é crucial para o seu papel na PC. As organizações devem investir em apoio de hardware e software para aumentar a MURS, o que complementa o suporte organizacional percebido.
Implicações e Perspetivas Futuras
A pesquisa sublinha que os gestores devem reconhecer o potencial das RS para facilitar interações e comunicação de base alargada, promovendo a PC eficaz. É fundamental compreender e satisfazer as necessidades, desejos e preferências individuais para aumentar a motivação para partilhar conhecimento por meio das redes sociais. Esta personalização de incentivos, sejam eles extrínsecos ou intrínsecos, pode gerar melhores retornos dos esforços de promoção da PC.
Em resumo, a integração de tecnologias sociais emergentes pode energizar as rotinas de PC e materializar os objetivos de transferência de conhecimento, mas isso exige um ecossistema favorável com alto incentivo para a PC e para a utilização da tecnologia.
Referência:
YAQUB, Muhammad Zafar; ALSABBAN, Abdullah. Knowledge Sharing through Social Media Platforms in the Silicon Age. Sustainability, Basel, v. 15, n. 8, p. 6765, 2023. DOI: 10.3390/su15086765.

