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Coronavírus é comum em cervos americanos

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Descoberta chama a atenção dos cientistas: Será que esses animais são uma espécie de reservatório do vírus? Como será que eles se infectaram? Ainda há muito o que responder, mas o caminho para as respostas já começou a ser trilhado.

Já parou para pensar que os cervos de cauda branca possuem anticorpos contra o Covid-19? Sim, pesquisadores norte-americanos descobriram que um terço dessa espécie que habita na região nordeste dos Estados Unidos têm anticorpos contra o SARS-CoV-2, o que mostra que eles foram infectados com o vírus.

As descobertas, reveladas por uma análise de amostras coletadas após o início da pandemia, representam a primeira detecção de ampla exposição ao vírus em uma população de animais selvagens, diz Arinjay Banerjee, virologista da Universidade de Saskatchewan em Saskatoon, Canadá. Os pesquisadores dizem que a rápida exposição de um grande número de animais ao vírus é preocupante, mas que mais estudos são necessários para avaliar se os cervos podem infectar uns aos outros – e outras espécies – na natureza. “É uma observação intrigante, mas ainda precisa ser interpretada com cautela”, diz Aaron Irving, pesquisador de doenças infecciosas da Universidade de Zhejiang em Haining, China.

Para quem não sabe, os veados de cauda branca (Odocoileus virginianus) são muito comuns na América do Norte, especialmente perto de centros urbanos no leste dos Estados Unidos. Na natureza, esses animais vivem em pequenos rebanhos, o que significa que o vírus pode se espalhar naturalmente a partir de um animal infectado.

A grande questão agora é: Será que estes animais poderiam ser uma espécie de reservatório do vírus? Um grupo de animais infectados pode fornecer um refúgio onde o vírus pode evoluir de maneiras que ameaçam a eficácia da vacina. Um reservatório também pode permitir que ele se espalhe para outras espécies e de volta para as pessoas, mesmo depois que a pandemia diminuir.

Para avaliar esse risco, Susan Shriner do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em Fort Collins, Colorado, e seus colegas testaram 385 amostras de sangue coletadas como parte de atividades regulares de vigilância da vida selvagem entre janeiro e março de 2021 em quatro estados dos EUA – Michigan, Pensilvânia, Illinois e Nova York. Eles descobriram que impressionantes 40% das amostras continham anticorpos SARS-CoV-2, que são produzidos em resposta à infecção. Nenhum dos cervos pesquisados mostrou sinais de doença.

Os testes dos pesquisadores em amostras arquivadas também revelaram anticorpos em 3 amostras do início de 2020, quando o SARS-CoV-2 estava começando a circular nos Estados Unidos. Ao todo, um terço das amostras de 2020 e 2021 tinham anticorpos para o vírus. “Dada a porcentagem de amostras neste estudo que tinham anticorpos detectáveis, bem como o alto número de veados-de-cauda-branca nos Estados Unidos e seu contato próximo com pessoas, é provável que veados em outros estados também tenham sido expostos ao vírus”, disse um porta-voz do USDA.

Os resultados também deixam claro a importância de pesquisar veados, bem como seus predadores e outros animais que têm contato próximo com veados, para SARS-CoV-2, dizem os pesquisadores. Em breve seguramente haverão estudos sobre isso.

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