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Repensando as Motivações para a Carreira Médica: Entre o Altruísmo e a Realidade Profissional

por Redação CPAH

A motivação para seguir a carreira médica tem sido frequentemente associada ao desejo de ajudar o próximo. Contudo, como revela o estudo qualitativo conduzido por De Jong et al. (2025), essa premissa, apesar de amplamente aceita, apresenta nuances importantes quando analisada sob uma perspectiva fenomenológica e transcultural. O trabalho fornece uma visão aprofundada e empiricamente fundamentada sobre os diferentes vetores motivacionais de estudantes e residentes de psiquiatria na Lituânia, Indonésia e Países Baixos.

A pesquisa identificou nove categorias principais de motivação para a escolha da medicina como profissão: ajudar pessoas, interesse pelo corpo humano, segurança financeira e de emprego, contexto de trabalho, influência familiar, profissão desafiadora/interessante/prática, prestígio, sonho de longa data e resolução de problemas. Entre essas, o altruísmo – expressado como “ajudar pessoas” – foi o motivo mais citado, especialmente entre mulheres, indivíduos mais velhos e participantes da Lituânia e da Indonésia. Já nos Países Baixos, o interesse pelo corpo humano prevaleceu, apontando para variações culturais e geracionais na configuração das motivações (De Jong et al., 2025).

A metodologia utilizada, centrada em uma tarefa de categorização por cartões (card-sorting task) em grupos com backgrounds médicos distintos, possibilitou a identificação de categorias com alto grau de consenso (meta-consensus categories). Essa abordagem metodológica rigorosa fortalece a validade interna dos achados e destaca a complexidade da motivação médica como fenômeno multifatorial, em que o altruísmo coexiste com interesses pessoais, familiares e contextuais.

Um ponto crítico levantado pelos autores é o descompasso entre as motivações iniciais e as realidades da prática médica, frequentemente caracterizadas por altos níveis de estresse, carga horária intensa e exposição contínua ao sofrimento humano. Esse desalinhamento tem sido vinculado a um risco elevado de burnout, evasão da profissão e queda na vitalidade profissional. A literatura corroborada pelo artigo sugere que uma compreensão profunda da motivação individual pode servir como preditor de sucesso e bem-estar profissional, além de subsidiar intervenções educacionais mais eficazes (De Jong et al., 2025).

Os dados também revelam que, com o aumento da idade, cresce a predominância do altruísmo como motivador principal, enquanto o fascínio pelo corpo humano tende a diminuir. Essa observação sugere que a motivação médica pode se transformar ao longo da formação e da vivência profissional, o que reforça a importância de incorporar momentos de autorreflexão estruturada na formação médica. Tais momentos poderiam ser facilitados, por exemplo, por modelos inspirados em abordagens como o “Círculo Dourado” de Simon Sinek, que prioriza o “porquê” como motor da ação profissional.

Embora o estudo apresente limitações em termos de amostragem e escopo (focado em residentes de psiquiatria e com predomínio de um país no grupo de internos), ele oferece uma base robusta para futuras investigações quantitativas mais amplas. Além disso, levanta implicações práticas valiosas para a seleção e formação de estudantes de medicina, propondo que perfis motivacionais distintos possam ser mais compatíveis com determinadas especialidades ou ambientes clínicos.
Em síntese, o estudo de De Jong et al. sublinha que compreender as motivações dos futuros médicos não é apenas uma questão de curiosidade acadêmica, mas uma estratégia necessária para mitigar o desgaste profissional e promover uma medicina mais humana e sustentável. Como venho observando em minha leitura recente sobre burnout médico, refletir sobre o “porquê” da escolha profissional pode ser tão fundamental quanto dominar as habilidades clínicas.

Referência:
DE JONG, C. A. J. et al. Is the desire to help people the main motivation for entering a medical profession? A cross-cultural, phenomenological study. Academia Mental Health and Well-Being, v. 2, 2025. DOI: https://doi.org/10.20935/MHealthWellB7531.

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