O estudo aborda os avanços na compreensão do mecanismo do TDAH e os tratamentos terapêuticos disponíveis, incluindo farmacoterapia, terapia cognitivo-comportamental (TCC) e interfaces cérebro-computador (BCI). Embora a farmacoterapia seja a abordagem mais amplamente utilizada devido à sua eficácia imediata, ela apresenta desafios como efeitos colaterais e resistência a agonistas centrais em determinados pacientes. A pesquisa explora os benefícios e limitações de cada abordagem terapêutica, enfatizando a necessidade de avanços para superar as limitações existentes.
Mecanismo do TDAH:
O TDAH é atribuído a anormalidades neuroanatômicas, neurofisiológicas e neurobioquímicas. Alterações no lobo frontal e nas conexões entre o córtex frontal, corpo estriado e cerebelo destacam-se na fisiopatologia. No nível neurofisiológico, distúrbios em neurotransmissores como dopamina, norepinefrina e serotonina contribuem para os sintomas, sendo os receptores D1/D5 e α2A fundamentais no funcionamento do córtex pré-frontal.
Farmacoterapia:
A farmacoterapia é a principal intervenção, com o metilfenidato (MPH) sendo o estimulante mais usado. Este atua bloqueando transportadores de dopamina e norepinefrina, aumentando sua concentração sináptica. No entanto, cerca de 30%-50% dos adultos com TDAH apresentam resistência ao tratamento. Alternativas não estimulantes, como inibidores seletivos da recaptação de norepinefrina (ISRN) e agonistas alfa-2 (ex.: guanfacina), oferecem opções para pacientes intolerantes aos estimulantes, embora tenham eficácia reduzida e efeitos adversos mais brandos.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):
A TCC é uma abordagem comportamental que visa modificar pensamentos e comportamentos disfuncionais. Estudos mostram eficácia significativa na redução dos sintomas, mas o tempo necessário para a terapia e a necessidade de profissionais qualificados são barreiras para sua ampla implementação.
Interface Cérebro-Computador (BCI):
A BCI emerge como uma tecnologia promissora, utilizando sinais eletroencefalográficos para quantificar e treinar a atenção em pacientes com TDAH. Jogos baseados em BCI mostraram melhoras permanentes nos níveis de atenção, mas os custos elevados e a necessidade de validações robustas limitam sua aplicabilidade atual.
Conclusão:
Apesar dos avanços, cada abordagem apresenta limitações inerentes. Pesquisas futuras devem focar no aprimoramento dos tratamentos, incluindo a otimização da composição farmacológica, personalização de programas de TCC e desenvolvimento de tecnologias BCI acessíveis. A elucidação completa do mecanismo do TDAH é essencial para terapias mais eficazes.
Referência:
Jiang, P. (2024). Advanced progress in Pharmacotherapy Research for ADHD. Proceedings of the 4th International Conference on Biological Engineering and Medical Science, 85-90. DOI: 10.54254/2753-8818/66/2024.18040.