Início ColunaNeurociências A perspectiva neurocientífica da validade do TDAH em indivíduos de alta inteligência

A perspectiva neurocientífica da validade do TDAH em indivíduos de alta inteligência

Um estudo publicado explora a validade do diagnóstico de TDAH nesse contexto, revisando dados neurobiológicos e comportamentais, além de sugerir ajustes em procedimentos diagnósticos.

por Redação CPAH

Resumo 

A relação entre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e indivíduos com alta inteligência tem sido foco de debate devido às características comportamentais sobrepostas e estratégias compensatórias que podem mascarar sintomas. Um estudo publicado explora a validade do diagnóstico de TDAH nesse contexto, revisando dados neurobiológicos e comportamentais, além de sugerir ajustes em procedimentos diagnósticos.

Introdução 

O artigo, liderado pela pesquisadora Dr.ª Nanda Rommelse e sua equipe, investiga se os sintomas do TDAH em indivíduos altamente inteligentes podem ser dissociados de traços comuns em populações superdotadas e se esses sintomas causam prejuízos reais. A pesquisa examina questões como os impactos do QI elevado nos sintomas de atenção, hiperatividade e impulsividade, além de explorar características neuropsicológicas e a resposta ao tratamento.

Principais Resultados

  1. Problemas de Atenção: Indivíduos com QI elevado apresentam níveis normais ou mais baixos de desatenção, indicando que essa característica pode ser um indicador relevante para diferenciar TDAH de características de superdotação.
  2. Hiperatividade: Indivíduos altamente inteligentes apresentam níveis normais a elevados de hiperatividade, sugerindo que essa característica pode ser adaptativa, ao invés de apenas patológica.
  3. Impulsividade: Dados limitados indicam que indivíduos com QI elevado podem apresentar níveis normais ou baixos de impulsividade, diferenciando-os de indivíduos com TDAH típico.
  4. Resposta ao Tratamento: Estudos sugerem que o tratamento farmacológico e não farmacológico pode ser igualmente eficaz em indivíduos com TDAH e alta inteligência, mas são necessários mais dados para validar essas descobertas.

Implicações Clínicas 

O estudo sugere ajustes nos critérios diagnósticos para melhor abordar as necessidades da população altamente inteligente, incluindo uma maior consideração das características adaptativas da hiperatividade e uma abordagem personalizada para intervenções.

Conclusão 

Embora o TDAH seja válido no contexto da alta inteligência, ajustes nos procedimentos diagnósticos podem melhorar a identificação e o tratamento nessa população. A relação entre TDAH e alta inteligência merece estudos adicionais para esclarecer os mecanismos subjacentes e aprimorar as práticas clínicas.

Referência 

Rommelse, N., van der Kruijs, M., Damhuis, J., Hoek, I., Smeets, S., Antshel, K., Hoogeveen, L., & Faraone, S. (2015). A neuroscience perspective on the validity of attention-deficit/hyperactivity disorder in the context of (very) high intelligence. Radboud University Medical Center.

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