A biologia nos ensina que cada ser humano é único, um mosaico complexo moldado por genes e variações genéticas. Mas será que isso significa que todos possuímos os mesmos genes e as mesmas variantes genéticas, conhecidas como SNPs (polimorfismos de nucleotídeo único)? A resposta, como você já deve imaginar, é mais intrigante do que um simples “sim” ou “não”.
Embora compartilhemos um conjunto fundamental de genes, a individualidade reside nas diversas combinações e variantes que cada indivíduo apresenta. Imagine um enorme quebra-cabeça com peças únicas, onde cada pessoa recebe um conjunto próprio. As peças podem ter formatos e cores diferentes, representando as variações nos nossos genes.
É verdade que algumas pessoas podem não ter um gene específico. Isso ocorre por mutações genéticas que podem ter acontecido em gerações anteriores ou até mesmo durante o desenvolvimento embrionário. Essas mutações podem ter diversos efeitos, desde imperceptíveis até mais graves, dependendo do gene em questão.
No entanto, a ausência completa de genes é um evento raro. O mais comum é a presença de SNPs, pequenas alterações na sequência de DNA que podem influenciar a função de um gene. Essas variações são responsáveis pela nossa imensa diversidade, desde a cor dos olhos e cabelo até a suscetibilidade a doenças e a resposta a medicamentos.
Portanto, a afirmação de que todos temos os mesmos genes e SNPs é incorreta. Somos sim, um conjunto complexo e único de variações genéticas, moldadas por nossa história evolutiva e pelas experiências individuais. Essa diversidade é a essência da nossa humanidade, a fonte da nossa riqueza e a base para a construção de um mundo mais tolerante e inclusivo.
A compreensão dos nossos genes e SNPs abre portas para avanços na medicina, na farmacologia e até mesmo na psicologia. Ao desvendar os segredos do nosso DNA, podemos personalizar tratamentos, prever doenças e até mesmo entender melhor as nuances do comportamento humano.