Início ColunaNeurociências Pessoas muito inteligentes teriam ancestrais possivelmente nobres?

Pessoas muito inteligentes teriam ancestrais possivelmente nobres?

A inteligência elevada, muitas vezes medida por testes de QI, tem componentes genéticos significativos.

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A discussão sobre a relação entre alta inteligência e ancestralidade nobre é um tópico fascinante que envolve aspectos de genética, história social e oportunidades educacionais. A inteligência elevada, muitas vezes medida por testes de QI, tem componentes genéticos significativos. Estudos de associação genômica ampla (GWAS) têm identificado vários polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) que estão correlacionados com habilidades cognitivas superiores. No entanto, a genética é apenas parte da equação; o ambiente desempenha um papel crucial no desenvolvimento do potencial intelectual.

Historicamente, famílias nobres e aristocráticas tiveram acesso a recursos educacionais, culturais e sociais que não estavam disponíveis para a maioria da população. Esse acesso privilegiado pode ter proporcionado um ambiente que promove o desenvolvimento de habilidades cognitivas avançadas. Crianças criadas em ambientes ricos em estímulos intelectuais, com acesso a tutores privados, bibliotecas extensas e viagens culturais, tinham uma vantagem significativa em comparação com aquelas de origens mais humildes.

Lewis Terman, em seu famoso estudo de crianças superdotadas iniciado na década de 1920, observou que muitas dessas crianças vieram de ambientes socioeconômicos privilegiados. Ele acompanhou 1.500 crianças com QI excepcionalmente alto e descobriu que, além de seu sucesso acadêmico, muitas também se destacaram profissionalmente, frequentemente ocupando posições de destaque na sociedade. Isso sugere que o ambiente de apoio e os recursos disponíveis desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento dessas habilidades.

No entanto, é importante destacar que a inteligência não está exclusivamente ligada à nobreza ou à alta posição social. A mobilidade social e as oportunidades educacionais democratizadas do século XX em diante permitiram que indivíduos de todas as origens demonstrassem seu potencial intelectual. Pesquisas contemporâneas mostram que, embora a genética forneça uma base, fatores como motivação, resiliência, e acesso a uma educação de qualidade são igualmente cruciais.

Assim, embora possa haver uma correlação entre inteligência elevada e antecedentes familiares nobres devido ao ambiente enriquecedor e oportunidades disponíveis para essas famílias, a inteligência é um atributo complexo influenciado por uma interação dinâmica entre genética e ambiente. A história de sucesso de muitas pessoas de alto QI, independentemente de sua origem socioeconômica, reforça a importância de proporcionar ambientes de apoio e oportunidades educacionais a todos.

Referências:

  • “Are High IQ People More Successful?” Verywell Mind.
  • “People with a higher IQ and favorable genes for intelligence are more likely to be liberal.” ZME Science.
  • “What Are the Hazards of Having a High IQ?” Psychology Today.

Alguns destaques

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