Van EscortDiyarbakır EscortMardin EscortKayseri EscortVan EscortDiyarbakır EscortMardin EscortKayseri EscortMardin EscortVan EscortMardin Escort
Início OpiniãoImpacto do Calor Extremo no Desempenho Cognitivo: Uma Perspectiva Científica sobre Ambientes Internos sem Climatização

Impacto do Calor Extremo no Desempenho Cognitivo: Uma Perspectiva Científica sobre Ambientes Internos sem Climatização

Um estudo conduzido pela Harvard T.H. Chan School of Public Health oferece evidências empíricas contundentes sobre um aspecto frequentemente negligenciado desse impacto: a deterioração do desempenho cognitivo em indivíduos jovens e saudáveis expostos a ambientes internos sem climatização durante ondas de calor (Cedeño-Laurent et al., 2018).

por Redação CPAH

O aumento das temperaturas globais, impulsionado pelas mudanças climáticas, tem gerado um conjunto crescente de consequências adversas à saúde humana. Um estudo conduzido pela Harvard T.H. Chan School of Public Health oferece evidências empíricas contundentes sobre um aspecto frequentemente negligenciado desse impacto: a deterioração do desempenho cognitivo em indivíduos jovens e saudáveis expostos a ambientes internos sem climatização durante ondas de calor (Cedeño-Laurent et al., 2018).

Tradicionalmente, os estudos sobre os efeitos do calor extremo na saúde concentram-se em populações vulneráveis — como idosos e crianças —, criando a impressão de que adultos saudáveis estariam relativamente protegidos. No entanto, esse novo estudo de campo desafia essa suposição ao demonstrar que até mesmo jovens universitários sofrem perdas cognitivas mensuráveis quando submetidos a altas temperaturas em ambientes fechados sem ar-condicionado. Esse dado é particularmente relevante considerando que a maioria dos adultos passa cerca de 90% do tempo em ambientes internos.

O experimento acompanhou 44 estudantes universitários em Boston durante o verão de 2016, divididos entre dormitórios climatizados e não climatizados. Durante 12 dias — cinco de temperatura moderada, cinco de onda de calor e dois de arrefecimento — os participantes realizaram testes cognitivos diários ao acordar, os quais avaliaram funções executivas como velocidade de processamento, memória de trabalho e controle inibitório. Os resultados revelaram um comprometimento significativo do desempenho nos estudantes alocados nos edifícios sem climatização. Especificamente, esses indivíduos apresentaram um aumento de 13,4% no tempo de reação em testes Stroop e uma redução de 13,3% na acurácia em testes aritméticos, quando comparados aos colegas em ambientes com ar-condicionado (Cedeño-Laurent et al., 2018).

Um dado particularmente alarmante do estudo é que as diferenças cognitivas mais pronunciadas entre os grupos ocorreram durante o período de arrefecimento externo, quando as temperaturas externas começaram a cair, mas os edifícios mal ventilados continuaram a reter calor. Isso sugere que a arquitetura urbana tradicional, projetada para reter calor em climas frios, pode funcionar como um “armadilhamento térmico” em contextos de aquecimento global — o que prolonga a exposição ao estresse térmico mesmo após o fim aparente da onda de calor.

Essa constatação reforça a necessidade de incorporar soluções arquitetônicas e urbanísticas sustentáveis e adaptadas ao novo cenário climático, como ventilação passiva, materiais com alta refletância térmica e o uso de tecnologias de resfriamento mais eficientes e acessíveis. O estudo também alerta para um ponto crucial na formulação de políticas públicas: o risco climático não se limita aos extremos fisiológicos, mas inclui déficits cognitivos com impactos potenciais na produtividade, no aprendizado e na tomada de decisões — elementos essenciais para o funcionamento social e econômico.

Em síntese, o trabalho de Cedeño-Laurent e colaboradores apresenta uma evidência clara e preocupante de que o calor extremo afeta negativamente a cognição mesmo em indivíduos fora dos grupos tradicionalmente considerados de risco. Em tempos de aquecimento global e urbanização crescente, esse tipo de dado não apenas amplia nossa compreensão dos riscos ambientais, mas também sublinha a urgência de repensar como habitamos e construímos nossos espaços cotidianos.

Referência:

CEDEÑO-LAURENT, J. G. et al. Reduced cognitive function during a heat wave among residents of non-air-conditioned buildings: An observational study of young adults in the summer of 2016. PLOS Medicine, [S. l.], v. 15, n. 7, p. e1002605, 2018. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1002605. Disponível em: https://www.sciencedaily.com/releases/2018/07/180711182748.htm. Acesso em: 20 jun. 2025.

Alguns destaques

Deixe um comentário

sete + quatro =

Translate »