A neurociência tem desvendado as características únicas dos cérebros de indivíduos superdotados, revelando diferenças estruturais e funcionais que contribuem para suas habilidades excepcionais, mas também apresentam desafios específicos. Estudos de neuroimagem apontam para um aumento no volume e na conectividade do córtex pré-frontal, área responsável por funções executivas como atenção, planejamento e tomada de decisão, em pessoas superdotadas. Essa diferença pode explicar sua capacidade de processar informações rapidamente e resolver problemas complexos (Jung, Haier & Yeo, 2010). No entanto, o desenvolvimento das conexões neurais em cérebros superdotados pode ocorrer em ritmos diferentes, resultando em dificuldades em habilidades executivas como planejamento e gerenciamento do tempo, apesar da alta capacidade intelectual (Neubauer & Fink, 2009).
Além disso, a pesquisa sugere que indivíduos superdotados apresentam maior atividade e conectividade na rede de modo padrão (DMN), associada à auto-reflexão, introspecção e criatividade, o que pode explicar sua propensão a crises existenciais (Jung, Haier & Yeo, 2010). Outra característica notável é a sensibilidade aumentada a estímulos sensoriais, como som e luz, que podem ser intensos em certos ambientes (Takeuchi et al., 2013).
Em conclusão, a neurociência da superdotação oferece informações valiosas sobre as diferenças cerebrais que sustentam as habilidades excepcionais e os desafios enfrentados por indivíduos superdotados. Essa compreensão é crucial para o desenvolvimento de estratégias de apoio e intervenções que permitam que essas pessoas alcancem seu pleno potencial, tanto em termos cognitivos quanto emocionais.
Referência:
GEORGE, Christy A. A Neurociência dos Cérebros Dotados: Como Eles São Diferentes. Psychology Today, 30 abr. 2023. Disponível em: https://www.psychologytoday.com/us/blog/the-high-functioning-family/202304/the-neuroscience-gifted-brains-how-they-are-different. Acesso em: 2 jul. 2024.