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Por que gostamos de sentir medo? A neurociência dos filmes de terror

Essa reação de “lutar ou fugir” é controlada pela amígdala, uma região do cérebro que não diferencia ameaças físicas de emocionais.

por Redação CPAH

O medo é uma reação natural e importante para a nossa sobrevivência. Ele nos avisa quando estamos diante de uma ameaça e faz nosso corpo se preparar para agir: os músculos ficam tensos, há mais açúcar no sangue para nos dar energia, e hormônios como adrenalina e cortisol são liberados, o que faz o coração e os pulmões trabalharem mais.

Essa reação de “lutar ou fugir” é controlada pela amígdala, uma região do cérebro que não diferencia ameaças físicas de emocionais. Ou seja, quando sentimos medo, como ao assistir um filme de terror, a amígdala ativa reações automáticas, fazendo nosso coração acelerar e liberando hormônios como adrenalina e cortisol, que aumentam o estado de alerta.

Embora o medo seja um instinto ligado ao perigo, muitas pessoas gostam de assistir a filmes de terror e se assustar de propósito, isso por causa do “alívio pós-medo”. Quando sentimos medo, nosso corpo fica em alerta, mas quando passa, como ao ver um filme, nosso cérebro percebe que não há perigo real, e isso causa um estado de relaxamento.

Pessoas que gostam de filmes de terror geralmente possuem características neuropsicológicas que tornam a experiência mais prazerosa e imersiva. Com níveis basais mais baixos de dopamina, elas tendem a buscar estímulos intensos para sentir excitação, e os filmes de terror, com sua carga de tensão e adrenalina, oferecem essa descarga hormonal de forma segura e controlada. Além disso, uma maior abertura a novas experiências permite que essas pessoas se entreguem à fantasia e à imaginação, imergindo nas emoções do filme sem tanta resistência ou ceticismo. Esse “escapismo inteligente” reflete uma habilidade de desconectar-se do real e explorar a imaginação, o que torna a experiência não apenas intensa, mas também uma forma criativa de entretenimento que envolve a mente em novos estímulos.

Por fim, o medo é uma emoção complexa que, apesar de sua função primordial de proteção, pode ser explorado de forma segura e prazerosa através de experiências como os filmes de terror. A busca por emoções intensas, a capacidade de se desligar da realidade e a abertura a novas experiências contribuem para que algumas pessoas encontrem nesse gênero cinematográfico uma forma única de entretenimento e exploração da  própria  mente.

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