Pesquisador(a):
Dr. Fabiano de Abreu – O Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA – American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Pesquisador e especialista em Nutrigenética e Genômica. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE – Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society e Triple Nine Society. Autor de mais de 200 artigos científicos e 15 livros.
INTRODUÇÃO
A procrastinação é o hábito de adiar ou evitar a realização de tarefas importantes, muitas vezes optando por atividades menos urgentes ou até mesmo irrelevantes no momento. Esse tipo de comportamento é bastante comum, mas pode haver uma prevalência sua em um grupo específico da população: As pessoas com alto QI.
A tomada de decisões, como a escolha de qual atividade será priorizada, é feita no córtex pré-frontal.
É comum que pessoas com Alto QI, em média entre 125 a 135, tenham tendência a iniciar diversos projetos, mas frequentemente desistem antes de concluí-los, devido ao gasto de energia cerebral e à necessidade constante de novas decisões.
Como fruto desse processo e da disparidade entre a velocidade rápida da imaginação e a lentidão de “pôr em prática”, gera a procrastinação.
A procrastinação
A procrastinação é normalmente entendida pela ciência como uma tendência irracional a atrasar tarefas ou atribuições.
Acredita-se que seja uma falha na autorregulação, associada a diversos determinantes pessoais e situacionais. Algumas pesquisas sugerem que características da tarefa, facetas de personalidade e fatores ambientais são os principais impulsionadores da procrastinação.
Alguns estudos já trazem correlações entre a procrastinação, a inteligência emocional e traços de personalidade, assim como impulsividade
Relação da procrastinação com Alto QI
A Alta Inteligência tem relação com um maior risco para o surgimento de transtornos de humor e ansiedade, assim como traços de TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – e traços do transtorno do espectro autista (TEA), o que pode influenciar oscilações de foco em determinados temas e atividades.
Há também uma ligação entre os pontos de QI do indivíduo e a sua capacidade de realizar tarefas no tempo adequado com a manutenção do foco. Pessoas com mais de 140 pontos de QI possuem maior capacidade de dar seguimento a projetos idealizados, o que se torna mais difícil de acontecer em pessoas com um QI entre 125 e 135, onde a imaginação é muito veloz, mas a habilidade de manter o foco durante a realização da ideia é reduzida.
Considerações Finais
Este estudo abordou vários aspectos relacionados à procrastinação em pessoas de alto QI, analisando fatores neurocientíficos, genéticos e psicológicos. A compreensão desses elementos nos ajuda a elucidar por que indivíduos com alto QI podem ter tendência à procrastinação. Identificamos que fatores como perfeccionismo desadaptativo, excesso de pensamentos, economia de energia cerebral, desmotivação, memórias negativas e ansiedade, todos interligados com variações genéticas específicas e funções cerebrais, contribuem para esse comportamento.
É crucial considerar não apenas o fenótipo, mas também os aspectos epigenéticos. Pessoas com alto QI e perfeccionismo adaptativo, por exemplo, podem sofrer menos com a procrastinação devido à sua abordagem mais ativa e corajosa na tomada de decisões. Isso sugere que a interação entre disposição genética e influências ambientais e comportamentais é complexa e multifacetada.
A relação entre genética, neurotransmissores como a dopamina, e regiões cerebrais como o córtex pré-frontal mostra uma ligação intrínseca entre a biologia do cérebro e os padrões de comportamento. Por exemplo, variações no gene COMT afetam a procrastinação ao influenciar a regulação emocional e a tomada de decisão.
Portanto, uma abordagem holística que considere todos esses fatores é essencial para entender plenamente a procrastinação em pessoas de alto QI. Esta compreensão pode levar ao desenvolvimento de estratégias mais eficazes para mitigar a procrastinação, aproveitando as capacidades únicas desses indivíduos e melhorando seu bem-estar geral. Além disso, as descobertas deste estudo ressaltam a importância de personalizar as abordagens terapêuticas e as estratégias de intervenção para se adaptarem às características individuais de cada pessoa.
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ISSN: 2763-6895
Prefixo DOI: 10.56238/cpahciencia