O osteossarcoma (OS) é uma neoplasia óssea primária, caracterizada pela proliferação descontrolada de células mesenquimais malignas com capacidade de produção de tecido osteóide. Essa condição representa um desafio significativo na área da saúde, afetando principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens, com maior incidência na segunda década de vida e predominância no sexo masculino (Burger et al., 2018).
A etiologia do OS é multifatorial, envolvendo tanto fatores genéticos quanto ambientais. Em crianças, a doença geralmente surge sem fatores de risco aparentes, enquanto em adultos, frequentemente está associada a condições preexistentes, como a Doença de Paget, histórico de radiação ionizante e síndromes hereditárias de predisposição ao câncer (Burger et al., 2018).
O diagnóstico precoce do OS é crucial para o sucesso do tratamento e para a melhoria do prognóstico do paciente. A apresentação clínica inclui dor óssea progressiva, aumento de volume do membro afetado e limitação de movimento, podendo ocorrer fratura patológica em alguns casos (Burger et al., 2018). A investigação diagnóstica envolve exames de imagem, como radiografia, cintilografia óssea, tomografia computadorizada e ressonância magnética, além de biópsia para confirmação histológica (Brasil, 2004).
O tratamento do OS é multimodal, combinando quimioterapia, cirurgia e, em alguns casos, radioterapia. A quimioterapia neoadjuvante é administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor e aumentar a possibilidade de ressecção completa, enquanto a quimioterapia adjuvante é utilizada após a cirurgia para eliminar células tumorais residuais e reduzir o risco de metástases (Engel & Gava, 2012). A cirurgia pode ser realizada com o objetivo de preservar o membro afetado, sempre que possível, ou pode envolver amputação em casos mais avançados (Brasil, 2004).
Em suma, o osteossarcoma é uma neoplasia óssea maligna complexa, com desafios significativos em relação ao diagnóstico precoce, tratamento e manejo das complicações. O avanço contínuo na pesquisa e no desenvolvimento de novas terapias é essencial para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa doença.
Referência:
ABNT: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Assistência. Abordagem inicial dos tumores ósseos / organizado por Walter Mehoas. – Rio de Janeiro: INCA, 2004.
Nature: Burger, N. B., Botelho, M. P., Motta, I. C., Dorneles, L. M. E., & Serafini, O. A. (2018). Osteossarcoma: atualização. Acta méd. p. 306-314. Porto Alegre.
Engel, E. E., & Gava, N. F. (2012). Tumores Ósseos Princípios de Diagnóstico e Tratamento – Apostila de Introdução ao tema. Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor Ambulatório de Oncologia Ortopédica. Ribeirão Preto, Março 2012.