O Impacto Bidimensional das Mídias Sociais na Juventude: Uma Análise Empírica

O uso disseminado de plataformas de mídias sociais, como WhatsApp, Facebook, Twitter e YouTube , transformou-se em uma componente intrínseca do cotidiano da nova geração de jovens. Este fenômeno cultural digital, que tem sido aceito entusiasticamente , manifesta um impacto significativo na juventude, abrangendo dimensões tanto positivas quanto negativas.

A pesquisa descritiva qualitativa realizada, que incluiu a análise de 50 jovens (definidos como indivíduos na faixa etária de 15 a 29 anos ) , evidenciou que 68% dos respondentes pertencem ao grupo etário de 18 a 25 anos. O acesso a essas aplicações ocorre predominantemente via dispositivos móveis, com 98% dos participantes utilizando essa modalidade. As ferramentas de mídia social mais utilizadas pelo público amostral são o Facebook e o Instagram, ambas com 30% de uso, seguidas pelo WhatsApp com 20%. A intensidade de uso é notável, com 40% dos jovens dedicando 3-4 horas diárias e 36% dedicando mais de 4 horas às mídias sociais.

Aspectos Positivos e Negativos do Engajamento Digital

Os benefícios percebidos pelas mídias sociais são multifacetados, com os respondentes destacando o entretenimento e diversão (28%) como o principal impacto positivo. Além disso, a capacidade de aprendizagem e a manutenção de conexão com amigos foram citadas por 20% dos participantes em cada categoria. O acesso a oportunidades de emprego também foi reconhecido como um benefício relevante (18%). Em termos de propósito de uso, a comunicação e conexão com amigos e familiares (26%) e a permanência atualizada com notícias/tendências (22%) são as razões mais citadas. Subjacente a este uso, os jovens reportam estados mentais positivos, como motivação (22%), felicidade (20%), e inspiração (16%) durante o uso das plataformas. Tais dados corroboram a capacidade destas plataformas de propiciar a aquisição de novas competências, como o aprendizado de línguas estrangeiras , e o uso para fins acadêmicos e e-learning.

Contudo, a utilização excessiva dessas plataformas está associada a consequências adversas. A principal desvantagem reportada é o cibercrime/roubo cibernético (40%), seguido de problemas de saúde (22%) e desperdício de tempo (22%). As pesquisas também sublinham a falta de privacidade como um risco inerente , além do aumento da incidência de cyberbullying e agressão eletrônica (EA), esta última caracterizada por assédio via e-mail, mensagens de texto, ou websites falsos. A vulnerabilidade ao cyberbullying é particularmente elevada entre as adolescentes (18% das vítimas são meninas vs. 12% meninos). Além disso, o alto nível de impacto das mídias sociais no bem-estar é reportado por 48% dos respondentes.

Implicações e Recomendações

Em suma, as evidências empíricas demonstram que o impacto das mídias sociais na juventude é um constructo dual. Embora as plataformas sirvam como ferramentas vitais de comunicação e engajamento social , aprendizado , e busca por oportunidades , elas impõem riscos significativos de segurança (cibercrime, cyberbullying) e efeitos negativos na saúde e na cultura.

É imperativo que os usuários mantenham uma consciência clara do propósito de uso e gerenciem o tempo dedicado a estas plataformas de forma prudente. As sugestões incluem a utilização prioritária de sites informativos , a conscientização sobre questões de privacidade , e o monitoramento parental e educacional para a segurança e uso responsável dos jovens. O potencial das mídias sociais para ser uma via de comunicação e um canal de engajamento para instituições educacionais e organizações deve ser plenamente aproveitado.

Referência:

RAWATH.S, Sushma; SATHEESHKUMAR, R.; KUMAR, Venkatesh. A Study on Impact of Social Media on Youth. Journal of Management (JOM), Bengaluru, v. 6, n. 1, p. 89-96, jan./fev. 2019.

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