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Desvendando a Neurobiologia Emergente do Transtorno Bipolar

por Redação CPAH

O transtorno bipolar (TB) é uma das principais causas de incapacidade global, mas sua base biológica permanece desconhecida e os tratamentos atuais são insatisfatórios. O cenário da psiquiatria, que ainda se baseia em categorias diagnósticas do século XIX, está sendo transformado por avanços contemporâneos em neurociência, genômica e tecnologias digitais. O TB exemplifica essa transformação, com o surgimento de novas perspectivas sobre sua etiologia e manifestações clínicas.

Uma área de progresso significativa é a genômica. Estudos de associação genômica ampla (GWAS) revelaram que o TB não é resultado de genes de grande efeito, mas sim de múltiplos locais de suscetibilidade, cada um com um pequeno efeito. A forte herdabilidade do TB, com um risco cerca de dez vezes maior para filhos de pais afetados, tem sido corroborada por estudos com gêmeos que estimam a herdabilidade em 70% a 80%. Curiosamente, a genômica também aponta para uma sobreposição considerável de loci de risco entre o TB e a esquizofrenia, bem como outras grandes desordens psiquiátricas. O foco de pesquisa tem se concentrado em genes como CACNA1C e ANK3, que estão implicados no sinalização de cálcio, sugerindo que o TB pode ser, em parte, uma “canalopatia iônica”. O gene CACNA1C codifica uma subunidade do canal de cálcio dependente de voltagem (VGCC) e a pesquisa busca entender como as variações genéticas nesses canais afetam a expressão gênica e a fisiologia neuronal.

Em paralelo, as novas tecnologias, especialmente o “fenotipagem digital” e a análise de dados, estão aprimorando a caracterização do TB. Contrariando a visão simplista do transtorno como períodos de humor estável entre episódios de depressão e mania, a coleta de dados longitudinais e contínuos revelou a proeminência de uma “instabilidade de humor” persistente, mesmo durante a eutimia. Essa instabilidade de humor, que é uma característica comum em outras desordens como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e o transtorno de personalidade borderline, é um construto transdiagnóstico que pode ser um alvo terapêutico promissor. A estabilização do humor poderia não apenas prevenir episódios clínicos, mas também melhorar o prognóstico, já que a instabilidade do humor é um preditor independente de má recuperação funcional.

Em suma, embora o conhecimento sobre o TB permaneça limitado, a integração de grandes volumes de dados da genômica e da fenotipagem digital oferece uma nova esperança para uma compreensão mais aprofundada da patogênese e da neurobiologia da doença. Essa abordagem multidisciplinar tem o potencial de redefinir a forma como o transtorno é classificado, diagnosticado e tratado, levando ao desenvolvimento de intervenções mais racionais, eficazes e personalizadas.

Referência:

Harrison, P. J., Geddes, J. R., & Tunbridge, E. M. (2018). The Emerging Neurobiology of Bipolar Disorder. Trends in Neurosciences, 41(1), 18–30.

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