O mito de que indivíduos com QI elevado (HQI) sofrem mais de transtornos mentais do que a população em geral persiste há muito tempo. Contudo, um novo estudo publicado por Ramus et al. (2023) apresenta evidências convincentes de que esta crença é infundada. Este estudo, o maior já realizado sobre HQI, demonstra que pessoas com QI elevado não apresentam uma maior prevalência de distúrbios mentais. Pelo contrário, elas têm menor prevalência de transtornos de ansiedade e estresse pós-traumático.
Evidências
Prevalência de Transtornos Mentais:
Pessoas com HQI não têm uma prevalência maior de depressão, vícios, transtornos alimentares, transtorno obsessivo-compulsivo ou esquizofrenia quando comparadas a indivíduos com QI médio (Williams et al., 2023).
Quando diferenças são observadas, elas mostram que indivíduos com HQI sofrem menos de transtornos de ansiedade e estresse pós-traumático (Williams et al., 2023).
Características Não Psiquiátricas:
Indivíduos com HQI não sofrem mais de solidão ou insônia e, na verdade, apresentam menor isolamento social e pontuações mais baixas de neuroticismo (Williams et al., 2023).
No entanto, pessoas com HQI têm maior prevalência de certas alergias e miopia, embora esses resultados já tenham sido observados em estudos anteriores e ainda não sejam totalmente compreendidos (Williams et al., 2023).
Conclusão
Os resultados deste estudo são claros: pessoas com QI elevado não têm uma saúde mental pior do que aquelas com QI médio; na verdade, em alguns aspectos, elas podem ter uma saúde mental melhor. É essencial que essa informação seja disseminada para corrigir a percepção errônea prevalente sobre os HQIs e suas supostas vulnerabilidades mentais.
Referência: Williams, C.M., Peyre, H., Labouret, G., Fassaya, J., García, A.G., Gauvrit, N., & Ramus, F. (2023). High intelligence is not associated with greater propensity for mental health disorders. European Psychiatry, 66(1), e3. https://doi.org/10.1192/j.eurpsy.2022.2343
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