O yoga, uma antiga prática indiana que integra corpo e mente, tem ganhado reconhecimento crescente no campo da saúde, inclusive em contextos cirúrgicos. A literatura científica aponta para benefícios significativos tanto no pré quanto no pós-operatório, abrangendo desde a redução da ansiedade até a melhora da força e mobilidade.
No pré-operatório, o yoga pode ser um aliado valioso na gestão da ansiedade, um fator que pode impactar negativamente a recuperação e os resultados cirúrgicos. Estudos demonstram que a prática de técnicas como a meditação Raja Yoga promove a redução dos níveis de ansiedade e cortisol em pacientes submetidos a cirurgias cardíacas, contribuindo para um melhor enfrentamento do procedimento e uma recuperação mais tranquila [1].
No pós-operatório, o yoga surge como um complemento à fisioterapia tradicional, auxiliando na recuperação da amplitude de movimento, força e flexibilidade. A prática de posturas corporais, controle da respiração e técnicas de relaxamento e meditação pode ser adaptada às necessidades individuais de cada paciente, promovendo uma recuperação mais rápida e eficaz [2].
Além dos benefícios físicos, o yoga também oferece suporte emocional e psicológico aos pacientes, ajudando-os a lidar com o estresse, a dor e as limitações impostas pela cirurgia. A prática promove o autoconhecimento e a conexão corpo-mente, favorecendo o bem-estar geral e a qualidade de vida.
Embora mais estudos sejam necessários para aprofundar a compreensão dos mecanismos de ação e dos benefícios do yoga em diferentes contextos cirúrgicos, as evidências atuais sugerem que essa prática milenar pode ser uma ferramenta terapêutica valiosa, complementando o tratamento médico convencional e promovendo uma recuperação mais completa e integrada.
Referências:
[1] FELIX, Márcia Marques dos Santos et al. Terapia de relaxamento com imagem guiada sobre a ansiedade pré-operatória: ensaio clínico randomizado. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 26, p. e3101, 2018.
[2] BERNARDI, Marina Lima Daleprane et al. Análise da amplitude de movimento dos ombros antes e após a intervenção Hatha-Yoga em mulheres mastectomizadas. Revista Brasileira de Mastologia, v. 21, n. 3, p. 118-126, 2011.