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O QI prediz o sucesso?

A inteligência psicométrica, avaliada pelo Quociente de Inteligência (QI), é um conjunto de habilidades cognitivas que emanam da velocidade de processamento e da memória de trabalho, entre outros processos básicos, abrangendo o pensamento linguístico, lógico-matemático e abstrato, a detecção de padrões, a aprendizagem e a resolução de problemas.

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A esmagadora maioria das evidências aponta claramente que sim. A inteligência psicométrica, avaliada pelo Quociente de Inteligência (QI), é um conjunto de habilidades cognitivas que emanam da velocidade de processamento e da memória de trabalho, entre outros processos básicos, abrangendo o pensamento linguístico, lógico-matemático e abstrato, a detecção de padrões, a aprendizagem e a resolução de problemas. É amplamente reconhecida como a medida mais robusta, estável e confiável em toda a psicologia, com enormes implicações para fins clínicos, educacionais e organizacionais, incluindo políticas públicas (Hermstein & Murray, 1994), (Ulrich et al., 1996), (Anastasi & Urbina, 1997), (Kaufman, 2009), (Mackintosh, 2011), (Lynn & Vanhanen, 2012).

Há ampla evidência de que o QI é preditivo do desenvolvimento socioeconômico e tecnológico de um país. Estudos indicam que há uma correlação significativa entre o QI médio da população e o crescimento econômico, bem como o progresso tecnológico (Meisenberg, 2012), (Rindermann, Sailer, & Thompson, 2009), (Jones & Schneider, 2006), (Hunt, 2012), (Kirkegaard, 2014).

Um estudo ainda não publicado, realizado na Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, com uma amostra de 820 participantes, demonstrou uma forte associação entre o QI e o sucesso educacional e econômico. De fato, a partir de um escore na faixa inferior da normalidade (76-90), cada ponto de QI está relacionado a, em termos relativos, um aumento de 2% na chance de concluir um Mestrado ou Doutorado e um aumento de 6% na renda individual.

Referências

Anastasi, A., & Urbina, S. (1997). Psychological Testing (7a ed.). Upper Saddle River (NJ): Prentice Hall. pp. 326-327. ISBN 978-0-02-303085-7.

Hermstein, R., & Murray, C. (1994). The Bell Curve: Intelligence and Class Structure in American Life. Free Press. ISBN 0-02-914673-9.

Kaufman, A. S. (2009). IQ Testing 101. New York: Springer Publishing. ISBN 978-0-8261-0629-2.

Kirkegaard, E. (2014). Flynn-effect and economic growth: Do national increases in intelligence lead to increases in GDP? Retrieved from https://www.gwern.net/docs/iq/2014-kirkegaard.pdf.

Lynn, R., & Vanhanen, T. (2012). INTELLIGENCE: A Unifying Construct for the Social Sciences. Ulster Institute for Social Research.

Mackintosh, N. J. (2011). IQ and Human Intelligence (2a ed.). Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-958559-5.

Meisenberg, G. (2012). The impact of low, average, and high IQ on economic growth and technological progress: Do all individuals contribute equally? Intelligence, 40(5), 506-517.

Rindermann, H., Sailer, M., & Thompson, J. (2009). Are the Wealthiest Countries the Smartest Countries? Intelligence, 37(4), 405-417.

Ulrich, N., Boodoo, G., Bouchard, T. J., Boykin, A. W., Brody, N., Ceci, S. J., Halpern, D. F., Loehlin, J. C., Perloff, R., Sternberg, R. J., & Urbina, S. (1996). Intelligence: Knowns and unknowns (PDF). American Psychologist, 51(2), 77-101. doi:10.1037/0003-066X.51.2.77. Acessado em junho de 2017.

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