Início ColunaNeurociências O método Canguru e seus benefícios para Recém-Nascidos Prematuros: Uma revisão crítica

O método Canguru e seus benefícios para Recém-Nascidos Prematuros: Uma revisão crítica

O Método Canguru, introduzido em 1979 pelo pediatra Dr. Edgar Rey Sanabria na Colômbia, oferece uma abordagem inovadora para o cuidado de recém-nascidos prematuros, enfatizando o contato pele a pele entre mãe e bebê para promover a saúde e o desenvolvimento dos neonatos.

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A prematuridade representa um desafio significativo para a saúde neonatal, sendo uma das principais causas de mortalidade neonatal no Brasil. Cerca de 12% dos nascimentos no país são prematuros, colocando esses recém-nascidos em alto risco de complicações, como infecções, problemas respiratórios e neurológicos (Brasil, 2016). O Método Canguru, introduzido em 1979 pelo pediatra Dr. Edgar Rey Sanabria na Colômbia, oferece uma abordagem inovadora para o cuidado de recém-nascidos prematuros, enfatizando o contato pele a pele entre mãe e bebê para promover a saúde e o desenvolvimento dos neonatos.

Impactos Fisiológicos do Método Canguru

O contato pele a pele proporcionado pelo Método Canguru tem mostrado resultados positivos na estabilidade térmica dos recém-nascidos prematuros. Estudos indicam que esta prática ajuda a manter a temperatura corporal do bebê dentro de uma faixa ideal, reduzindo a necessidade de incubadoras e promovendo um ambiente mais seguro e estável para os neonatos (Conde-Agudelo e Díaz-Rossello, 2016). Além disso, o método está associado a uma redução significativa nas taxas de infecção nosocomial. Nyqvist et al. (2017) relataram uma diminuição na incidência de sepse entre os neonatos submetidos ao Método Canguru, atribuída ao fortalecimento do sistema imunológico dos bebês, facilitado pelo contato íntimo com a mãe.

Desenvolvimento Neurocomportamental

O Método Canguru também apresenta benefícios notáveis para o desenvolvimento neurocomportamental dos recém-nascidos. Feldman et al. (2014) observaram que bebês que receberam cuidados Canguru apresentaram melhorias significativas em testes de desenvolvimento cognitivo e motor aos 12 meses de idade, em comparação com aqueles que não receberam esse tipo de cuidado. O contato pele a pele constante promove uma integração sensorial mais eficiente e uma resposta emocional mais robusta, contribuindo para um desenvolvimento mais saudável e equilibrado.

Amamentação

A prática do Método Canguru facilita a amamentação exclusiva, que é fundamental para a saúde do recém-nascido, oferecendo benefícios nutricionais e imunológicos essenciais. Charpak et al. (2016) destacam que bebês que participam do Método Canguru têm taxas significativamente maiores de amamentação exclusiva ao seio materno aos três e seis meses de idade. O contato direto com a mãe estimula o reflexo de sucção do bebê e promove a produção de leite, contribuindo para um melhor ganho de peso e recuperação mais rápida do baixo peso ao nascer.

Vínculo Mãe-Bebê

O contato físico constante promovido pelo Método Canguru é crucial para a construção de um vínculo afetivo seguro e robusto entre mãe e bebê. Estudos demonstram que essa proximidade física resulta em uma conexão emocional mais intensa e estável, reduzindo o risco de depressão pós-parto nas mães e melhorando o bem-estar emocional geral (Lawn et al., 2014). Além disso, o método facilita a regulação emocional tanto para o bebê quanto para a mãe, proporcionando conforto e segurança através do contato físico.

Conclusão

O Método Canguru é uma intervenção eficaz para a melhoria dos cuidados perinatais, especialmente em contextos de recursos limitados. As evidências mostram que esta prática reduz a mortalidade neonatal, diminui as taxas de infecção, promove o aleitamento materno e aumenta o ganho de peso dos recém-nascidos prematuros. Além disso, o método fortalece o vínculo afetivo entre mãe e bebê e melhora os indicadores de saúde dos neonatos. Portanto, a adoção ampla do Método Canguru é recomendada para maximizar seus benefícios e melhorar a qualidade de vida dos recém-nascidos prematuros e suas famílias.

Referência:

FERNANDES, A. C. S., ANDRADE, A. V. T., DARSAUT, B. O., BARRETO, B. T., & RODRIGUES, P. L. A. (2024). O método canguru e seus impactos para recém nascidos prematuros: uma revisão integrativa. Contribuciones a Las Ciencias Sociales, 17(8), 01-14. DOI: 10.55905/revconv.17n.8-001.

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