O transtorno por uso de álcool (AUD) afeta aproximadamente 6% da população adulta dos Estados Unidos, apesar de 85% dos adultos relatarem o consumo de álcool em algum momento da vida. Ainda que os mecanismos relacionados ao ciclo de vício tenham sido amplamente estudados, as razões pelas quais algumas pessoas progridem para o uso desordenado de álcool permanecem incertas.
Pesquisas recentes têm destacado o papel da amígdala basolateral (BLA) e do córtex frontal na regulação dos estados emocionais e comportamentais associados ao consumo de álcool. O BLA é reconhecido como um centro integrador para o processamento de estímulos emocionais e motivacionais, crucial para respostas como medo, ansiedade e recompensa. A atividade desregulada dessa região é frequentemente associada a transtornos de humor e ao AUD.
Oscilações cerebrais como mediadores do comportamento
As oscilações neurais, que representam padrões rítmicos de atividade elétrica no cérebro, desempenham um papel fundamental na comunicação entre regiões cerebrais. Essas oscilações variam em frequências e estão associadas a diferentes funções comportamentais e emocionais. Estudos sugerem que o álcool altera as oscilações na banda gama baixa (40-70 Hz) no BLA e no córtex frontal, o que pode modular estados emocionais e de consumo compulsivo.
A pesquisa revelou que a primeira exposição ao álcool já pode alterar os estados de rede no BLA, sendo essas mudanças preditivas do consumo futuro. Além disso, o consumo crônico e a abstinência também impactam esses estados, indicando uma relação direta entre o AUD e a dinâmica neural do BLA e do córtex frontal.
Implicações clínicas e biomarcadores
Esses achados sugerem que a variabilidade individual na sensibilidade das redes cerebrais ao álcool pode ser um fator determinante no desenvolvimento do AUD. Essa compreensão abre caminho para a identificação de biomarcadores que prevejam o risco de uso desordenado de álcool e para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas direcionadas.
Dado o impacto social e de saúde pública associado ao AUD, avanços nesse campo têm o potencial de melhorar o diagnóstico e o tratamento de pessoas em risco, contribuindo para estratégias de prevenção e manejo mais eficazes.
Para mais detalhes, consulte o estudo completo: O álcool modula o córtex frontal e os estados da rede BLA que se correlacionam com o consumo voluntário futuro de álcool | eNeuro