O efeito protetivo em relação aos traumas, particularmente quando profundamente enraizados no inconsciente, pode ser compreendido como um mecanismo de defesa para evitar uma constante ruminação dessas experiências. Embora a consciência não retenha plena percepção desses traumas, evidências indicam a sua localização no córtex, exercendo uma influência depressiva sobre a psique, e mesmo sem compreender o motivo a pessoa carrega um peso, sente-se mal.
É ao trazer à consciência a memória do trauma, o alívio sobre o trauma, como se removesse de onde está estacionado, mas que ao não conseguir buscar, a ansiedade cumpre então o seu papel de pendência, mas quando não encontra a memória, essa pendência torna-se constante, instalada, promovendo assim distúrbios e doenças como a depressão.
Quando trazida esta memória ao córtex pré-frontal, varremos essa memória do inconsciente transferindo-a através do hipocampo. Podemos dizer que mais do que racionalizar uma experiência negativa estamos perante uma modificação na “residência” dessas experiências dolorosas e pensamentos intrusivos. A conjugação destes dois fatores é o caminho para a compreensão e racionalização do problema promovendo o seu alívio e talvez a sua cura.
Por: Dr Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
Pós PhD em Neurociências e biólogo membro da Society for Neuroscience, Sigma XI e Royal Society of Biology.