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O declínio da inteligência global: Uma análise do efeito Anti-Flynn

No entanto, pesquisas recentes têm apontado para uma reversão dessa tendência, com um declínio nos escores de QI, fenômeno este denominado Efeito Flynn Negativo ou Efeito anti-Flynn.

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O efeito Flynn, um fenômeno observado ao longo do século XX, revelou um aumento consistente nos escores de testes de inteligência padronizados em diversos países. Flynn (1987) documentou um aumento médio de 15 pontos no QI global entre 1950 e 1987. No entanto, pesquisas recentes têm apontado para uma reversão dessa tendência, com um declínio nos escores de QI, fenômeno este denominado Efeito Flynn Negativo ou Efeito anti-Flynn.

Diversos fatores, tanto ambientais quanto genéticos, têm sido propostos para explicar esse declínio. Mudanças nos valores educacionais, sistemas escolares, educação familiar, nutrição e saúde, além de fatores migratórios, são alguns dos elementos que podem estar contribuindo para essa mudança (Bratsberg & Rogeberg, 2018).

Um estudo recente conduzido por Bal-Sezerel et al. (2023) investigou as mudanças nos escores de inteligência geral, inteligência verbal e inteligência não verbal de alunos do primeiro ano do ensino fundamental ao longo de seis anos (2016-2021). Os resultados do estudo confirmaram a existência do Efeito anti-Flynn, demonstrando uma tendência de queda nos escores de QI ao longo do tempo, com um declínio particularmente acentuado entre 2020 e 2021.

Uma possível explicação para essa queda acentuada nos escores de QI entre 2020 e 2021 é o impacto da pandemia de COVID-19. As medidas de isolamento social e o fechamento de escolas podem ter afetado negativamente a saúde mental e o desenvolvimento cognitivo das crianças, resultando em um desempenho inferior nos testes de inteligência.

Outro resultado relevante do estudo de Bal-Sezerel et al. (2023) é a diferença de gênero no Efeito anti-Flynn. O estudo revelou que o declínio nos escores de QI foi mais acentuado em meninas do que em meninos, sugerindo que a pandemia pode ter tido um impacto mais severo na saúde mental e no desenvolvimento cognitivo das meninas.

Referência: Bal-Sezerel, B., Ateşgöz, N. N., & Kirişçi, N. (2023). Intelligence differences across years: A trend analysis. Kuramsal Eğitimbilim Dergisi [Journal of Theoretical Educational Science], 16(1), 107-126.

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