Nosso tempo de vida nunca foi tanto, mas também nunca foi tão pouco

Por Dr. Fabiano de Abreu Agrela 

A modernidade trouxe consigo diversos avanços e facilidades que nos permitem viver de maneira mais prática e eficiente que há alguns anos, no entanto, um dos efeitos colaterais desse estilo de vida acelerado é que não conseguimos perceber o tempo corretamente, fazendo com que, a despeito de estarmos vivendo mais cronologicamente, tenhamos menos tempo para viver.

No século XIX, vivíamos em média 66,3 anos. Já atualmente, a expectativa de vida é superior aos 70, o que poderia significar mais tempo para viver novas experiências, alargar fases da vida e dar mais valor aos detalhes da nossa existência, mas isso não surtiu o efeito desejado, pelo contrário.

A tecnologia nos permite realizar várias tarefas ao mesmo tempo, mas também pode nos levar a perder a noção de quanto tempo estamos gastando com ela. As redes sociais e a internet são especialmente viciantes e podem nos levar a passar horas sem perceber, nos conduzindo a uma overdose de informação que consome grande parte do nosso dia em atividades improdutivas, repetitivas e sem valor futuro.

Muitos acreditam que o tempo segue uma divisão em três partes básicas: o passado, o presente e o futuro. Mas enquanto nossa própria percepção está milissegundos atrás dos fatos — afastando a ideia de presente —, e o futuro é apenas uma projeção mutável que em nada afeta os fatos passados — o que afasta a ideia de futuro —, o passado é a única parte desse esquema que realmente afeta nossas vidas.

Nossas lembranças são o nosso bem mais precioso. Saber lidar bem como o passado é fundamental para aproveitar os anos de vida acrescentados em nossa existência: reviver os atos do passado, buscar a felicidade por meio dos detalhes — muitas vezes relegados no nosso corrido dia a dia —, ter mais contato com a natureza, evitar o uso excessivo de tecnologia para que ela não corroa seus preciosos minutos de vida.

A vida não é uma corrida para tentarmos ir mais rápido que os ciclos da natureza ou os ponteiros do relógio, até porque isso é impossível. Devemos acompanhar o passar do tempo como ele realmente passa, por isso, de forma semântica, a melhor forma de usarmos bem nosso tempo é nos localizarmos com base em nossas experiências passadas.

Este pensamento foi uma das razões para eu formatar o método GAPE CLOUD, onde suas ideias existem, são reais, mas estão no universo paralelo da imaginação, “armazenadas na nuvem”. Nos dias atuais, são tantos dados de informações, que a pessoa pode não encontrar uma melhor maneira de tirá-la da nuvem, pois o universo real, social, não permite que ela tenha tempo para extrair as ideias e fazer delas um benefício profissional e financeiro. Este conceito é uma escola de hábitos para que possamos organizar melhor o tempo para uma vida melhor.

ISSN: 2763-6895

Prefixo DOI: 10.56238/cpahciencia-005

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