A prevalência de transtornos mentais é um desafio significativo para a saúde pública global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de uma em cada cinco pessoas atendidas na atenção básica à saúde apresenta algum tipo de transtorno mental. Este artigo, baseado no estudo de Velibor Kostic e Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues (2023), publicado na Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, explora a relação entre neurotransmissores e transtornos mentais, destacando a importância do equilíbrio neuroquímico para a saúde mental.
Relação entre Neurotransmissores e Transtornos Mentais
Os neurotransmissores são mensageiros químicos essenciais para a comunicação entre os neurônios. Eles desempenham um papel crucial na regulação de funções cerebrais e comportamentais. Transtornos mentais como ansiedade, depressão e esquizofrenia estão associados a desequilíbrios em neurotransmissores específicos, incluindo serotonina, dopamina, noradrenalina, GABA e glutamato.
Por exemplo, a depressão é frequentemente relacionada a baixos níveis de serotonina. A serotonina é um modulador crítico de humor, sono e apetite. Estudos indicam que a insuficiência de serotonina pode levar a sintomas depressivos, justificando o uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) como tratamento eficaz para depressão. Em contraste, a esquizofrenia pode estar associada ao excesso de dopamina, especialmente nos receptores D2 na via mesolímbica, resultando em sintomas positivos como delírios e alucinações(7924-Texto del artícul…).
Transtornos de Ansiedade
Os transtornos de ansiedade, que incluem transtorno de ansiedade social, transtorno de pânico e transtorno de ansiedade generalizada, são caracterizados por medo e ansiedade excessivos em resposta a ameaças reais ou percebidas. Esses transtornos estão associados a desequilíbrios nos sistemas serotonérgico e dopaminérgico. Neuroimagens revelam que pacientes com transtorno de ansiedade social têm menor ligação ao receptor 5-HT1A em regiões límbicas, apontando para uma disfunção serotonérgica. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) e inibidores da recaptação de noradrenalina e serotonina (IRSNs) são frequentemente utilizados para tratar esses transtornos devido à sua eficácia em corrigir esses desequilíbrios(7924-Texto del artícul…).
Transtornos Depressivos
Os transtornos depressivos, incluindo transtorno depressivo maior e distimia, envolvem alterações no humor que afetam o funcionamento diário. A pesquisa foca nas alterações dos sistemas monoaminérgicos, como noradrenalina, serotonina e dopamina, causadas por medicações antidepressivas. A hipótese histórica liga os transtornos do humor a esses sistemas com base em observações farmacológicas. A eficácia dos antidepressivos destaca a importância das adaptações cerebrais a longo prazo nas vias de sinalização intracelular(7924-Texto del artícul…).
Transtornos da Personalidade
Os transtornos da personalidade são definidos por padrões persistentes de comportamento e experiência interna que se desviam das expectativas culturais. O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), um exemplo desses transtornos, é caracterizado por obsessões e compulsões. O sistema serotonérgico desempenha um papel central no TOC, com os ISRSs mostrando-se eficazes no tratamento. No entanto, cerca de 40 a 60% dos pacientes não respondem adequadamente aos ISRSs, levando a investigações sobre o sistema glutamatérgico(7924-Texto del artícul…).
Esquizofrenia
A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico grave que afeta cerca de 1% da população mundial. Estudos sugerem que a esquizofrenia está associada a alterações nos sistemas dopaminérgico, glutamatérgico, GABAérgico e serotonérgico. A hiperatividade dos receptores D2 na via mesolímbica está relacionada aos sintomas positivos, enquanto disfunções nos receptores NMDA do sistema glutamatérgico estão associadas aos sintomas negativos e cognitivos. Essas descobertas ressaltam a complexidade da esquizofrenia e a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para seu entendimento e tratamento(7924-Texto del artícul…).
Conclusão
Compreender a relação entre neurotransmissores e transtornos mentais é fundamental para o desenvolvimento de tratamentos eficazes. A correção dos desequilíbrios neuroquímicos pode restaurar a saúde mental e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. A pesquisa contínua e as abordagens interdisciplinares são essenciais para avanços no tratamento desses transtornos.
Referência:
KOSTIC, V.; AGRELA RODRIGUES, F. Neurotransmissores Relacionados A Doenças E Transtornos Mentais. Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, v. 7, n. 5, p. 2872-2885, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v7i5.7924. Acesso em: 13 out. 2023.