A neurociência, em sua busca por compreender o funcionamento cerebral, tem se dedicado a investigar as bases neurais do terrorismo, um fenômeno complexo e multifacetado que desafia a sociedade contemporânea. Embora ainda haja divergências na comunidade científica, alguns estudos sugerem que o cérebro dos terroristas pode apresentar particularidades em relação à estimulação neural e ao funcionamento de certas regiões cerebrais.
De acordo com Rodrigues (2021), o córtex pré-frontal, responsável por funções executivas como tomada de decisões, raciocínio lógico e comportamento social, pode desempenhar um papel crucial na predisposição para o terrorismo. Indivíduos com maior estimulação nessa área, como os líderes terroristas, podem apresentar habilidades cognitivas superiores, como a capacidade de persuasão e planejamento estratégico.
No entanto, a motivação para o terrorismo não se resume a fatores neurais. Aspectos sociais, culturais e religiosos também desempenham um papel fundamental na formação da mentalidade terrorista. A doutrinação, o fundamentalismo religioso e a busca por recompensa e reconhecimento social são fatores que podem contribuir para a adesão a grupos extremistas e à prática de atos violentos (Rodrigues, 2021).
Portanto, a compreensão do cérebro do terrorista requer uma abordagem multidisciplinar, que leve em consideração tanto os aspectos neurobiológicos quanto os fatores sociais e psicológicos envolvidos nesse fenômeno. A neurociência, em conjunto com outras áreas do conhecimento, pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de prevenção e combate ao terrorismo, visando a construção de uma sociedade mais segura e pacífica.
Referência:
RODRIGUES, Fabiano de Abreu Agrela. O cérebro do terrorista: concepções holísticas e o apanhado do conhecimento neuroanatômico e neurocientífico. Ciência Latina Revista Científica Multidisciplinar, v. 5, n. 6, p. 11060-11072, 2021.