A neurociência, em sua constante expansão, tem adentrado em diversos campos do conhecimento, incluindo o mercado financeiro. Nesse contexto, surge o conceito de “neurobroker”, um profissional que utiliza conhecimentos da neurociência comportamental, genética e finanças para otimizar suas decisões e resultados no mercado de ações (Scodelario et al., 2021).
Um dos pilares do neurobroker é a “neuroprevisão”, a habilidade de prever o sucesso de investimentos com base na atividade cerebral. Estudos indicam que a ativação do núcleo accumbens (NAC) no cérebro, relacionada à antecipação de recompensa e avaliação positiva de oportunidades, pode ser um indicador da performance futura de ações, especialmente em brokers experientes (Brussel, Boksem & Smidts, 2023).
Outro aspecto relevante é a influência das emoções nas decisões financeiras. O medo e a ganância, por exemplo, podem levar a decisões impulsivas e prejudiciais. O neurobroker busca controlar essas emoções e vieses cognitivos através de técnicas como meditação, acompanhamento psicológico e treinamento (Mateu, Monzani & Navarro, 2016; Piwowarski, Biercewicz & Borawski, 2019).
Além disso, a genética também desempenha um papel importante nas decisões financeiras, sendo responsável por até 45% do comportamento individual de investidores (Cronqvist & Siegel, 2013). A compreensão da influência genética pode auxiliar o neurobroker a entender seus próprios padrões de comportamento e a desenvolver estratégias mais eficazes.
Em suma, o neurobroker representa uma nova abordagem no mercado financeiro, utilizando a neurociência como ferramenta para aprimorar suas habilidades e obter melhores resultados. Ao entender o funcionamento do cérebro, controlar as emoções e reconhecer os vieses cognitivos, o neurobroker pode tomar decisões mais racionais e estratégicas, maximizando seus lucros e minimizando seus riscos.
Referência:
ABNT: SCODELARIO, Rafael; CAMPOS, Eduardo Antonio de Souza; RODRIGUES, Fabiano de Abreu Agrela. Neurobroker: neurociência e o corretor de ações. Contribuciones a las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v. 16, n. 7, p. 5848-5858, 2023.