Neuroanatomia do transtorno depressivo persistente e alterações nas células imunes

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Estudos de neuroimagem têm revelado alterações significativas na estrutura e função cerebral de pacientes com TDP. As pesquisas indicam que o TDP está associado a uma diminuição da ativação no córtex pré-frontal dorsolateral, uma área crucial para o planejamento e a tomada de decisões. Além disso, observa-se uma hiperatividade na amígdala, no córtex cingulado anterior e na ínsula, regiões envolvidas no processamento emocional e na percepção da dor.

Além das alterações cerebrais, o TDP também parece estar relacionado a mudanças nas células imunes. Um estudo aprovado pelo comitê de ética da Dresden University of Technology demonstrou que o TDP pode levar a um aumento da deformabilidade de monócitos e neutrófilos, células chave na resposta imune do organismo. Essa descoberta sugere que o TDP não afeta apenas o cérebro, mas também o sistema imunológico, reforçando a complexidade dessa condição.

As alterações no sistema imune podem ser resultado da hiperatividade do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), um sistema neuroendócrino responsável pela resposta ao estresse. A hiperatividade do eixo HPA, frequentemente observada em pacientes com TDP, leva a um aumento dos níveis de cortisol, um hormônio que pode suprimir a resposta imune e aumentar a suscetibilidade a infecções.

Em suma, o TDP é uma condição complexa que envolve alterações neuroanatômicas e imunológicas. A compreensão das bases biológicas do TDP é fundamental para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e personalizadas, que possam abordar tanto os sintomas psicológicos quanto as alterações fisiológicas associadas a essa condição debilitante.

Referência:

RODRIGUES, Fabiano de Abreu Agrela. Neuroanatomy in patients with persistent depressive disorder and immune cell changes. Neuroanatomy, v. 5, n. 1, p. 212-226, 2022.

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