Negacionismo: Uma resposta instintiva ao medo

O negacionismo, a rejeição de fatos e evidências, é um fenômeno complexo com raízes profundas na psicologia humana. Embora frequentemente associado à ignorância ou falta de informação, estudos recentes sugerem que o negacionismo pode ser uma resposta instintiva ao medo, tanto consciente quanto inconsciente.

Em situações de crise ou incerteza, como a pandemia de COVID-19, o medo pode desencadear mecanismos de defesa primitivos, como a negação da realidade. Essa negação pode se manifestar como a rejeição de informações científicas, a minimização dos riscos ou a busca por explicações alternativas que se encaixem em crenças preexistentes.

A pesquisa neurocientífica tem demonstrado que o medo ativa a amígdala, uma região do cérebro responsável pelas respostas emocionais, incluindo o medo e a ansiedade. A amígdala pode sobrepujar o córtex pré-frontal, responsável pelo pensamento racional e crítico, levando a comportamentos irracionais e defensivos, como o negacionismo.

Além disso, fatores psicológicos, como a necessidade de controle e a aversão à incerteza, podem contribuir para o negacionismo. Ao negar a realidade, o indivíduo busca manter uma sensação de controle sobre sua vida e evitar o desconforto emocional causado pela incerteza.

É importante ressaltar que o negacionismo não é apenas um problema individual, mas também um fenômeno social com consequências potencialmente graves. A rejeição de informações científicas e de medidas de saúde pública pode comprometer o controle de epidemias e pandemias, colocando em risco a saúde e o bem-estar da população.

Compreender as raízes psicológicas e neurológicas do negacionismo é fundamental para o desenvolvimento de estratégias eficazes de comunicação e educação em saúde. Ao abordar o medo e a ansiedade subjacentes ao negacionismo, podemos promover a aceitação da realidade e o engajamento em comportamentos saudáveis e responsáveis. (RODRIGUES, 2019)

Referência:

RODRIGUES, Fabiano de Abreu. Negacionismo pode não ser apenas falta de conhecimento, mas também uma resposta instintiva ao medo. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 5, n. 12, p. 33549-33556, dez. 2019. ISSN 2525-8761. DOI:10.34117/bjdv5n12-395.

Foto de Adrian Swancar na Unsplash

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