O rover Curiosity da NASA coletou amostras de rochas em pó na superfície de Marte. O surpreendente veio após as análises que indicaram a rica presença de um carbono que, na Terra, está associado a processos biológicos. “Ainda é cedo para afirmar que exista vida antiga ou moderna em Marte, ainda não foram encontradas evidências conclusivas. Mas, é certamente uma descoberta intrigante”, explica o neurocientista, PhD e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu.
Mesmo que a hipótese de vida acabe por ser desconsiderada, o cientista afirma que é necessário investigar o que poderia ter causado as assinaturas de carbono. “Uma das coisas que devemos sempre considerar é que se tratam de dois planetas completamente distintos, ou seja, talvez, o conhecimento que temos sobre as atividades terrestres, talvez não possam ser aplicados em Marte”, conta o Dr. Fabiano de Abreu.
Por sua vez, a explicação biológica que os cientistas do Curiosity apresentam em seu artigo é inspirada na vida da Terra. Envolvendo bactérias antigas na superfície que teriam produzido uma assinatura única de carbono ao liberar metano na atmosfera, onde a luz ultravioleta teria convertido esse gás em moléculas maiores e mais complexas. Essas novas moléculas teriam chovido na superfície e teriam sido preservadas com sua assinatura distinta de carbono nas rochas do planeta vermelho.
O Dr. Fabiano, explica ainda que existem outras duas hipóteses que devem ser consideradas uma sugerindo que a assinatura de carbono pode ter resultado da interação da luz ultravioleta com o gás dióxido de carbono na atmosfera marciana, produzindo novas moléculas contendo carbono que teriam se estabelecido na superfície. E uma outra que o carbono poderia ter sido deixado para trás em um evento raro de centenas de milhões de anos atrás, quando o sistema solar passou por uma gigantesca nuvem molecular rica no tipo de carbono detectado. “O carbono é tão importante porque é algo encontrado de forma contínua em toda vida na Terra”, afirma o especialista.
Marte é menor, mais frio, tem gravidade mais fraca e gases diferentes da Terra em sua atmosfera, o carbono pode ainda, estar circulando sem envolver qualquer ideia de vida. “O que foi encontrado em Marte, na Terra, significaria atividade biológica. Por isso, definir como o carbono se comporta em Marte é fundamental para chegar à conclusões”, pontua o Dr. Fabiano de Abreu.