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Memória aprimorada com multivitamínicos? O que diz a ciência

Um recente estudo que vem circulando na mídia propõe que um grupo de pessoas que tomou um multivitamínico diariamente durante três anos tiveram a memória ligeiramente melhorada depois de apenas um ano, em comparação com aqueles que ingeriram placebo ou pílulas de açúcar.

por Redação CPAH

Por Dr. Vital Fernandes Araújo

A memória é um aspecto fundamental da nossa vida e muitas vezes buscamos soluções rápidas para melhorá-la. Um recente estudo que vem circulando na mídia propõe que um grupo de pessoas que tomou um multivitamínico diariamente durante três anos tiveram a memória ligeiramente melhorada depois de apenas um ano, em comparação com aqueles que ingeriram placebo ou pílulas de açúcar. Mas o resultado foi tão empolgante assim?

O estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition começou com uma prova de fogo: 3.560 adultos acima de 60 anos foram submetidos a um desafio cognitivo. Eles tiveram a tarefa de aprender 20 palavras em um programa de computador. Cada palavra aparecia por três segundos antes de desaparecer e dar lugar à próxima. Em seguida, os participantes foram desafiados a digitar todas as palavras que se lembravam. No primeiro ano, aqueles que continuaram fielmente com sua dose diária de multivitamínico conseguiram lembrar, em média, quase uma palavra a mais do que seus colegas que receberam placebo. 

No entanto, como em qualquer pesquisa científica, existem sempre opiniões divergentes. O Dr. Vital Fernandes Araújo, especialista médico, compartilha suas preocupações. “Vale ressaltar que o estudo mediu uma melhora estatisticamente significativa na memória apenas no primeiro ano. Nos dois anos seguintes, o grupo do placebo também mostrou melhorias. Estamos falando de uma diferença tão pequena, menos de uma palavra, que é difícil afirmar se ela realmente impactaria a vida de alguém de forma significativa”, afirma. 

Ele destaca que apesar da aparente melhoria, o multivitamínico pode distrair as pessoas de práticas conhecidas por serem de fato mais benéficas para a função cognitiva, como uma alimentação saudável, exercícios físicos, vida social ativa e uma boa noite de sono. O Dr. Araújo ressalta que não existe uma “pílula mágica” para evitar o declínio cognitivo, e que o foco deve ser em medidas nutricionais personalizadas. 

Pesquisas anteriores têm mostrado uma possível associação entre os níveis sanguíneos de vitaminas, como a vitamina B12, e a função cognitiva. No entanto, os ensaios clínicos realizados para investigar os efeitos benéficos das vitaminas na memória e cognição têm apresentado uma mistura de resultados negativos e positivos. Isso destaca a complexidade desse campo de estudo e a necessidade de pesquisas mais aprofundadas para entender melhor a relação entre vitaminas e função cognitiva.

Em uma sociedade onde a busca por uma “pílula mágica” é comum, é importante lembrar que a memória é influenciada por uma variedade de fatores, como hábitos de vida saudáveis, exercícios cognitivos e sono adequado. Embora estudos sugiram que certos suplementos vitamínicos possam ter um papel na melhoria da memória, é essencial adotar uma abordagem holística para manter e aprimorar nossas habilidades cognitivas.Há uma recomendação que permanece inabalável: não há substituto para um estilo de vida saudável e ativo. O exercício físico, em particular, desempenha um papel crucial em nossa saúde cognitiva. Então, se você está procurando a pílula mágica, pense novamente e faça a escolha certa: mova-se!

Sobre Dr. Vital Fernandes Araújo

O Dr. Vital Fernandes Araújo é Médico e se formou pela Universidade Federal da Bahia. Ele é pós-graduado em Medicina Ortomolecular e pós-graduado em Psiquiatria. O médico hoje atua como mentor de médicos e grandes empresários através da sua metodologia que denominou de Integração Neuro Emocional.

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