Joglekar et al. (2024) apresentam um atlas abrangente de isoformas de RNA em células únicas de diferentes regiões cerebrais, subtipos celulares, estágios de desenvolvimento e espécies (camundongos e humanos). A pesquisa demonstrou que a expressão de isoformas de comprimento total varia em 72% dos genes, dependendo do tipo de célula, região cerebral e estágio de desenvolvimento.
Os autores descobriram que os sítios de splicing, início da transcrição e poliadenilação variam significativamente entre os tipos de células, influenciando a arquitetura das proteínas e associando-se à variação genética ligada a doenças. Além disso, genes envolvidos no transporte de neurotransmissores e na renovação de sinapses apresentam variabilidade entre tipos celulares em diferentes regiões anatômicas.
O estudo também revelou que a regulação do splicing específico do tipo celular é pronunciada na transição da adolescência, entre os dias 21 e 28 após o nascimento em camundongos. A regulação da isoforma durante o desenvolvimento é mais forte do que a regulação regional para o mesmo tipo de célula.
Curiosamente, a regulação de isoformas específicas de tipos celulares em camundongos é amplamente mantida no hipocampo humano, permitindo a extrapolação para o cérebro humano. No entanto, o cérebro humano possui especificidades adicionais de tipos celulares, sugerindo isoformas com ganho de função.
Em conclusão, este atlas detalhado de célula única da regulação de isoformas de comprimento total em diferentes estágios de desenvolvimento, regiões anatômicas e espécies revela um grau de variabilidade de isoformas em múltiplos eixos, com implicações importantes para a compreensão da função e desenvolvimento cerebral, bem como para o estudo de doenças neurológicas.
Referência:
JOGLEKAR, Anoushka et al. Single-cell long-read sequencing-based mapping reveals specialized splicing patterns in developing and adult mouse and human brain. Nature Neuroscience, v. 27, p. 1051–1063, 2024.
Foto de Pawel Czerwinski na Unsplash