Identificação de bactérias ligadas à demência de corpos de Lewy ajuda a aprimorar tratamento e diagnóstico

Por: Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela 

A demência de corpos de Lewy é uma doença neurodegenerativa que causa o declínio cognitivo no cérebro, afetando normalmente pessoas com mais de 60 anos pela formação de depósitos irregulares da proteína chamada alfa-sinucleína, responsável pela transmissão de sinais entre os neurônios, o que altera o funcionamento cerebral, gerando perdas de memória, alucinações, dificuldade de comunicação e distúrbios de movimentos.

No entanto, as causas da demência de corpos de Lewy não residem apenas no cérebro, elas também podem ser estendidas a outras partes do corpo que não parecem inicialmente conectadas, como o intestino.

Um grupo de pesquisadores em parceria com a Universidade Médica de Iwate e a Universidade de Fukuoka analisaram diversos microorganismos presentes nos ácidos biliares intestinais e fecais de pacientes com uma série de problemas neurológicos, incluindo a demência de corpos de Lewy, e identificaram três bactérias intestinais associadas a elas.

As bactérias Collinsella, Ruminococcus e Bifidobacterium, apresentaram alterações tanto na demência de corpos de Lewy, quanto na doença de Parkinson,o que podem auxiliar bastante a melhorar o direcionamento, tanto de diagnóstico, quanto de tratamento de ambas as condições.

As bactérias Ruminococcus e Collinsella transportam uma enzima, cujo produto atua na regulação da inflamação da região cerebral chamada substância negra, região responsável pela produção de dopamina, neurotransmissor importante associado aos movimentos, recompensa e aprendizado, enquanto Bifidobacterium ajuda a aumentar o fator neurotrófico derivado do cérebro, o que age na manutenção de neurônios, por isso, sua redução pode estar relacionada ao déficit cognitivo

Então, é importante que haja mais estudos que busquem aprofundar a relação entre essas três bactérias e o surgimento e avanço da demência de corpos de Lewy, ajudando a aumentar a eficácia do seu diagnóstico e tratamento.

ISSN: 2763-6895

Prefixo DOI: 10.56238

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