Estudo de Yale revela o impacto crucial do sono na saúde cerebral e riscos de AVC e demência

Um estudo recentemente publicado no Journal of the American Heart Association, conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina de Yale, trouxe novas e reveladoras descobertas sobre a relação entre o sono e a saúde do cérebro. A pesquisa, liderada pelo pós-doutorado Santiago Clocchiatti-Tuozzo, analisou imagens cerebrais de cerca de 40.000 indivíduos de meia-idade, descobrindo uma ligação direta entre os padrões de sono e importantes indicadores de saúde cerebral.

O estudo concentra-se em dois aspectos-chave: as hiperintensidades da substância branca (WMH) e a anisotropia fracionada. Estes são marcadores críticos do envelhecimento cerebral, sendo também associados a um maior risco de acidente vascular cerebral (AVC) e demência. As descobertas indicam que tanto a duração curta quanto a longa do sono estão relacionadas a alterações negativas nesses marcadores.

De acordo com os resultados, os participantes que dormiam menos ou mais do que o período ideal de 7 a 9 horas por noite apresentavam maior volume de WMH e menor anisotropia fracionada. Essas alterações sugerem uma degradação na qualidade da matéria branca do cérebro e uma menor eficiência na transmissão de sinais neurais – fatores que são conhecidos por aumentar os riscos de AVC e demência.

O Dr. Clocchiatti-Tuozzo enfatiza a importância dessas descobertas, salientando que condições como AVC e demência são o culminar de processos de longo prazo. A pesquisa aponta para a necessidade de prevenir esses processos ainda em estágios iniciais, com um foco particular na meia-idade, um período crítico para a adoção de hábitos de sono saudáveis.

O estudo também sugere que o sono pode ser um fator de risco modificável para a saúde do cérebro mais tarde na vida. Os pesquisadores esperam que as descobertas contribuam para uma maior conscientização sobre a importância do sono e incentivem as pessoas a ajustar seus hábitos de sono para promover uma melhor saúde cerebral.

Além do Dr. Clocchiatti-Tuozzo, o estudo contou com a colaboração de vários outros especialistas, incluindo Cyprien Rivier, Daniela Renedo, Victor Torres Lopez, entre outros, destacando a natureza colaborativa e interdisciplinar da pesquisa.

Em resumo, este estudo é um passo significativo na compreensão de como o sono afeta a saúde do cérebro. Ele não apenas destaca a importância do sono ideal para a manutenção da saúde cerebral, mas também abre caminho para futuras pesquisas que podem levar a estratégias mais eficazes para prevenir condições neurológicas graves na população envelhecida.

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