Um novo estudo publicado na revista Cell lança luz sobre a propriocepção, a capacidade inata do nosso corpo de sentir a posição e o movimento dos membros sem a necessidade de visão. Essa habilidade, fundamental para a nossa locomoção e coordenação motora, é mapeada de forma complexa no cérebro, com diferentes áreas priorizando informações específicas sobre o movimento e a posição do corpo.
Abordagem inovadora:
A pesquisa, liderada por cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), utilizou uma combinação de modelagem musculoesquelética e modelos de redes neurais para simular sinais naturais dos fusos musculares, os sensores responsáveis pela propriocepção.
Priorizando o movimento e a posição:
Ao treinar os modelos de redes neurais em tarefas computacionais que refletem o processamento proprioceptivo, os pesquisadores descobriram que a previsão da posição e da velocidade dos membros eram as tarefas-chave que moldavam as representações “semelhantes ao cérebro” da propriocepção.
Implicações para neuropróteses:
Compreender como o cérebro processa a propriocepção abre novas possibilidades para o desenvolvimento de neuropróteses mais avançadas, com controle mais natural e intuitivo dos membros artificiais.
Detalhes do estudo:
- Metodologia: Simulação de sinais do fuso muscular e treinamento de modelos de redes neurais em 16 tarefas computacionais relacionadas à propriocepção.
- Resultados: Modelos que previam a posição e a velocidade dos membros apresentaram melhor desempenho, sugerindo que o cérebro prioriza essas informações na propriocepção.
- Implicações: Potencial para o desenvolvimento de neuropróteses mais avançadas e insights sobre os princípios computacionais do processamento sensorial.
Avanços na neurociência:
A pesquisa destaca o potencial da modelagem orientada a tarefas na neurociência, oferecendo insights sobre os princípios computacionais subjacentes ao processamento sensorial.
O futuro da neuroprótese:
A compreensão aprimorada da propriocepção abre caminho para o desenvolvimento de neuropróteses com controle mais natural e intuitivo, possibilitando uma melhor qualidade de vida para pessoas com amputações.
Fonte:
- EPFL: https://www.epfl.ch/en/
- Artigo na Cell: https://www.britannica.com/science/cell-biology