Comparabilidade das pontuações em testes de inteligência em crianças com desenvolvimento típico

Nomes dos testes:

Reynolds Intellectual Assessment Scales (RIAS)
Snijders Oomen Nonverbal Intelligence Test (SON-R 6-40)
Intelligence and Development Scales (IDS)
Wechsler Intelligence Scale for Children, 4ª edição (WISC-IV)
Culture Fair Intelligence Test Scale 2 (CFT 20-R)

Pontuações nos testes:

As pontuações médias dos testes foram semelhantes, variando entre 100,40 (RIAS) e 102,96 (WISC-IV). As pontuações individuais das crianças, no entanto, diferiram significativamente em 12% a 38% dos casos, dependendo dos testes comparados. A maior discrepância foi observada entre o SON-R 6-40 e o WISC-IV, com 38% das crianças apresentando pontuações discrepantes. As diferenças encontradas foram maiores do que o esperado considerando que a pontuação total do teste de inteligência reflete uma pontuação agregada, que é vista como uma medida mais confiável do que a pontuação de um subteste individual.

Análises adicionais revelaram que as diferenças nas pontuações dos testes não dependeram de qual teste foi usado, mas sim de erros inexplicáveis e da interação entre o examinado e a situação do teste. A confiabilidade das pontuações dos testes de inteligência foi maior quando foram combinados dois ou mais testes. Em 10 combinações possíveis de dois testes, 5 alcançaram ou excederam o índice de confiabilidade de 0.80: RIAS e IDS, RIAS e WISC-IV, SON-R 6-40 e IDS, SON-R 6-40 e CFT 20-R, e IDS e WISC-IV.

Resumo

O estudo de Hagmann-von Arx et al. (2016) investigou a comparabilidade dos resultados de cinco testes de inteligência diferentes em crianças com desenvolvimento típico. A pesquisa buscou determinar se esses testes produzem resultados semelhantes e se podem ser considerados medidas confiáveis da inteligência.

Os autores descobriram que, embora as pontuações médias dos diferentes testes fossem semelhantes e fortemente correlacionadas, indicando que eles medem um constructo subjacente similar (a inteligência geral), as pontuações individuais das crianças variaram consideravelmente entre os testes. Essa variação foi atribuída a erros inexplicáveis e à interação entre o indivíduo e a situação do teste, e não a diferenças sistemáticas entre os testes em si.

Confiabilidade dos Testes:

O estudo sugere que a confiabilidade de um único teste de inteligência é limitada, com uma margem de erro considerável. No entanto, a confiabilidade aumenta significativamente quando dois ou mais testes são combinados. Portanto, o estudo destaca a importância de usar múltiplos testes para uma avaliação mais precisa e confiável da inteligência, especialmente em situações de alto risco, como decisões importantes sobre educação ou carreira.

Em resumo, o estudo não afirma que os testes individuais são totalmente confiáveis, mas enfatiza que a combinação de diferentes testes pode aumentar a confiabilidade da avaliação da inteligência. A pesquisa também destaca a necessidade de cautela na interpretação dos resultados de testes individuais, devido à variabilidade individual nas pontuações.

Hagmann-von Arx, P., Lemola, S., & Grob, A. (2016). Does IQ = IQ? Comparability of intelligence test scores in typically developing children. Assessment, 23(6), 688-700.

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