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Início ColunaNeurociênciasO Sistema de Neurônios-espelho Humano como Substrato Neural Comum da Cognição Social

O Sistema de Neurônios-espelho Humano como Substrato Neural Comum da Cognição Social

Este estudo contribui de forma significativa para a consolidação do modelo da simulação incorporada (“embodied simulation”), segundo o qual compreendemos os estados mentais e emocionais de outros ao simular automaticamente suas ações em nossos próprios circuitos motores neurais.

por Redação CPAH

A hipótese de que os neurônios-espelho (mirror neurons, MN) constituem a base neural comum da cognição social tem ganhado crescente interesse nas neurociências sociais. Em artigo publicado por Schmidt et al. (2021), os autores buscaram evidências empíricas para sustentar essa hipótese ao investigar, com base em neuroimagem funcional (fMRI), a ativação de regiões cerebrais durante tarefas de imitação, empatia e teoria da mente (ToM). Este estudo contribui de forma significativa para a consolidação do modelo da simulação incorporada (“embodied simulation”), segundo o qual compreendemos os estados mentais e emocionais de outros ao simular automaticamente suas ações em nossos próprios circuitos motores neurais.

O ponto de partida foi a identificação, em estudos anteriores com primatas, de neurônios que se ativam tanto durante a execução quanto durante a observação de uma ação. No cérebro humano, estruturas como o giro frontal inferior (particularmente a área de Brodmann 44), o córtex parietal inferior (IPL), o sulco temporal superior posterior (pSTS), a amígdala e o giro fusiforme têm sido associadas a esse sistema de neurônios-espelho (MNS). Os autores avançam ao demonstrar, por meio de análises de voxels compartilhados (sVx), que essas mesmas regiões se ativam não apenas em cada tarefa individualmente, mas de forma conjunta nas diferentes condições de cognição social avaliadas. Isso sugere um núcleo funcional comum entre os diversos componentes da cognição social, superando limitações metodológicas anteriores que dependiam de médias entre participantes ou de diferentes paradigmas experimentais.

Destaca-se ainda que a metodologia do estudo se mostra refinada ao utilizar os mesmos estímulos (expressões faciais de medo e raiva) nas três tarefas avaliadas, o que reduz possíveis vieses relacionados à natureza dos estímulos. Essa padronização permitiu uma comparação mais precisa entre as tarefas. Resultados robustos foram obtidos tanto na análise por conjunção entre tarefas quanto na análise individual dentro de cada participante. Mais de 80% dos indivíduos apresentaram voxels significativamente compartilhados entre as três tarefas nas regiões-alvo, especialmente no giro frontal inferior, IPL e pSTS, mesmo com dados não suavizados — um avanço técnico que melhora a resolução espacial e evita diluição de sinais neurais sutis.

Importante mencionar que embora os resultados não provem diretamente a existência de neurônios-espelho no cérebro humano — já que a fMRI mede indiretamente a atividade neural via sinal BOLD — os dados convergem fortemente para a existência de um processo de espelhamento funcional distribuído em uma rede neural social. Essa rede parece integrar tanto componentes motores quanto emocionais e perceptuais, reforçando a visão de que o cérebro social humano opera de modo incorporado, contextual e multifacetado.

O estudo também revela que diferentes subprocessos de empatia (cognitiva vs. afetiva) e de teoria da mente ativam parcialmente regiões distintas. Por exemplo, a empatia afetiva esteve mais ligada à ativação do córtex temporoparietal esquerdo (TPJ), enquanto a empatia cognitiva engajou mais o controle executivo. Essas distinções ajudam a refinar a compreensão das especificidades funcionais de cada componente da cognição social, sem que isso invalide a hipótese de um substrato neural compartilhado.

Em suma, os achados apresentados por Schmidt et al. (2021) oferecem evidências convergentes, com alta validade ecológica e metodológica, de que existe um sistema neural comum subjacente à imitação, empatia e teoria da mente — processos centrais para a interação social humana. Essa conclusão reforça a proposta de que a simulação incorporada é um mecanismo fundamental da cognição social e destaca o sistema de neurônios-espelho como peça-chave na compreensão neurofuncional do comportamento social.

Referência:
SCHMIDT, S. N. L.; HASS, J.; KIRSCH, P.; MIER, D. The human mirror neuron system—A common neural basis for social cognition? Psychophysiology, v. 58, n. 5, e13781, 2021. DOI: https://doi.org/10.1111/psyp.13781.

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