Introdução
O medo, emoção primária essencial à sobrevivência, desempenha um papel central na percepção e interpretação de ameaças. Este estudo utiliza a semiótica de Charles Sanders Peirce, com as categorias de firstness (emoção), secondness (sentimento) e thirdness (controle), para compreender como o medo é interpretado e utilizado em níveis individuais e sociais. A abordagem considera o impacto do medo na memória, na cognição e nas respostas comportamentais, além de sua utilização como instrumento de controle social.
Métodos
Com base na análise teórica e interdisciplinar, o estudo integra conceitos da semiótica peirceana e neurociência. A metodologia inclui revisão de literatura científica (Peirce, Foucault, McGaugh), explorando a relação entre medo, memória episódica e sistemas de controle. As categorias semióticas foram aplicadas para analisar os processos de significação do medo em contextos culturais, religiosos, políticos e neurobiológicos.
Resultados e Discussão
O medo é categorizado como firstness, sendo um impulso primário e inconsciente; os sentimentos emergem como secondness, traduzindo as emoções em interpretações; e os mecanismos de controle correspondem à thirdness, como respostas racionais e comportamentais que visam a proteção contra o sofrimento. A memória episódica, modulada pela amígdala e pelo hipocampo, desempenha papel crucial na intensificação ou mitigação do medo, especialmente em situações de trauma.
A semiose do medo é amplamente modulada por elementos sociais e culturais, como discursos políticos e religiosos, que utilizam narrativas e signos para reforçar o medo como ferramenta de manipulação e controle. Estudos neurocientíficos com fMRI confirmam a interação entre memória emocional e os processos cognitivos no córtex pré-frontal, destacando como o medo influencia decisões e comportamentos.
Conclusão
A semiose do medo, analisada sob a ótica da semiótica peirceana, oferece um entendimento profundo das dinâmicas emocionais e cognitivas envolvidas na interpretação e gestão do medo. Este conhecimento contribui para o desenvolvimento de estratégias eficazes para lidar com o medo, promovendo abordagens mais saudáveis e construtivas no contexto individual e coletivo.
Referência:
RODRIGUES, F. A. A.; SILVA, A. A.; AVILA, E. The semiosis of fear. Journal of Bioinnovation, v. 14, n. 1, p. 01-15, 2025. DOI: 10.46344/JBINO.2023.v14i01.01.