A introdução da cirurgia robótica no arsenal de ferramentas dos cirurgiões para o tratamento da endometriose é um fato recente e que vem se estabelecendo como opção segura e efetiva.
Como em toda tecnologia que se preze, a constante evolução é o que faz toda a diferença e isso serve também para as ferramentas cirúrgicas que temos a disposição para tratar as nossas pacientes.
Uma de nossas armas mais poderosas durante um procedimento cirúrgico é a visão.
Esta visão é determinada pela qualidade de lentes e câmeras que promovem aumento das estruturas analisadas e permitem a identificação de lesões com maior riqueza de detalhes.
A maioria dos equipamentos disponíveis no mercado oferecem uma visão em duas dimensões, o que não permite que o cirurgião tenha a noção de profundidade das estruturas analisadas. Isso requer maior tempo de treinamento, para que seu cérebro se adapte a essa situação e permita que ele consiga adequar os seus movimentos e gestos para suprir essa dificuldade.
Com a introdução da visão em 3 dimensões proporcionada pelas lentes e câmera utilizada na cirurgia robótica, o ganho visual é bastante significativo principalmente por proporcionar essa noção de profundidade e simplificar o entendimento das imagens geradas, permitindo movimentos de menor amplitude e mais precisos.
Em se falando de movimentos e gestos, uma grande evolução tecnológica da cirurgia robótica, é a introdução de uma articulação na ponta dos instrumentos cirúrgicos.
Diferentemente dos instrumentos rígidos utilizados anteriormente, os instrumentos articulados permitem uma maior possibilidade de posicionamento das pontas dos mesmos pelo cirurgião em pequenos espaços e recessos do corpo humano. Essa maior possibilidade de ângulos de trabalho traz uma facilidade em realizar determinadas tarefas e gestos durante a cirurgia, devido a semelhança entre os movimentos da ponta dos instrumentos com os movimentos do pulso de uma mão humana.
Vale lembrar que a utilização de todos os recursos tecnológicos que o robô oferece estão diretamente relacionados com o cirurgião que os controla. Um cirurgião treinado e experiente em técnicas minimamente invasivas, com toda certeza fará melhor uso dessa ferramenta de trabalho e muitos deles, nem sequer irão necessitar dela para realizar seus procedimentos com excelência.
Com uma curva de aprendizado mais curta e fácil, um maior número de cirurgiões estarão aptos a aderir às técnicas minimamente invasivas, podendo beneficiar um maior número de pacientes em um intervalo mais curto de tempo, em todo o mundo.
A cada dia, mais cirurgiões buscam por treinamento e certificação em cirurgia robótica com o intuito de oferecer algo mais às suas pacientes.
É uma ferramenta poderosa em mãos habilitadas, mas os resultados de seu uso ainda estão relacionados com o conhecimento da endometriose, das técnicas cirúrgicas de tratamento da doença, da anatomia da pelve feminina e muito mais.
Procure sempre por um especialista.
Cirurgia é a arte do restauro da obra de arte mais perfeita da natureza, o corpo humano. As habilidades, conhecimento e qualidades do artista farão toda a diferença no seu tratamento.
Texto de: Dr. Alexandre Silva e Silva
Membro do CPAH. Referência em vídeo-laparoscopia e cirurgia robótica no Brasil. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Histeroscopia, e em Laparoscopia. Formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos.