Células-Tronco: Uma revolução na medicina regenerativa cerebral

Foto de Mariia Shalabaieva na Unsplash

A medicina regenerativa tem despontado como uma área promissora no tratamento de doenças neurológicas e neurodegenerativas, que representam um desafio significativo para a saúde pública devido à sua alta morbidade e mortalidade (CARVALHO; RODRIGUES, 2022). A baixa capacidade regenerativa do cérebro humano agrava o quadro, tornando a busca por terapias inovadoras uma necessidade urgente. Nesse contexto, as células-tronco surgem como uma ferramenta poderosa, com potencial para revolucionar o tratamento de doenças como Parkinson, Alzheimer, acidente vascular cerebral (AVC) e traumatismo craniano, além de reverter os efeitos colaterais da quimioterapia (CARVALHO; RODRIGUES, 2022).

As células-tronco são células indiferenciadas, com capacidade de se autorrenovar e se diferenciar em diversos tipos celulares. Essa versatilidade as torna candidatas ideais para substituir neurônios perdidos ou danificados, proteger os neurônios remanescentes e promover a recuperação neurológica (CARVALHO; RODRIGUES, 2022).

No caso da Doença de Parkinson, que se caracteriza pela degeneração de neurônios dopaminérgicos, o transplante de células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) tem apresentado resultados promissores em ensaios clínicos, oferecendo uma alternativa à terapia com tecido fetal, que enfrenta desafios como baixa disponibilidade e questões éticas (CARVALHO; RODRIGUES, 2022).

Para a Doença de Alzheimer, as células-tronco também se mostram eficazes em estudos pré-clínicos, tanto na patologia quanto na função cognitiva. A injeção de células-tronco mesenquimais derivadas do cordão umbilical diretamente no cérebro demonstrou ser um procedimento seguro e factível, apesar da necessidade de superar a resposta imune (CARVALHO; RODRIGUES, 2022).

No tratamento do AVC, as terapias com células-tronco têm o potencial de renovar o tecido danificado pela isquemia, sendo a injeção local mais eficiente que a perfusão intravenosa. O desafio da rejeição imune está sendo abordado com o uso de biomateriais biocompatíveis e biodegradáveis (CARVALHO; RODRIGUES, 2022).

Em casos de traumatismo craniano, a combinação de terapias com células-tronco e medicamentos anti-inflamatórios tem se mostrado promissora, reduzindo a neuroinflamação e substituindo células cerebrais danificadas (CARVALHO; RODRIGUES, 2022).

A quimioterapia, apesar de essencial no tratamento do câncer, pode causar disfunção cognitiva em alguns pacientes. As células-tronco mesenquimais e neurais apresentam potencial para tratar esses mecanismos de disfunção neuronal, oferecendo esperança para os sobreviventes de câncer (CARVALHO; RODRIGUES, 2022).

Apesar dos avanços promissores, a terapia com células-tronco ainda está em desenvolvimento e requer mais pesquisas para esclarecer seus mecanismos de ação, segurança e eficácia a longo prazo. Questões éticas relacionadas à obtenção de células-tronco também precisam ser consideradas. No entanto, o potencial da medicina regenerativa com células-tronco para transformar o tratamento de doenças cerebrais é inegável, abrindo caminho para um futuro promissor na área da saúde. (CARVALHO; RODRIGUES, 2022)

Referência:

CARVALHO, Luiz Felipe; RODRIGUES, Fabiano de Abreu Agrela. Inovação biomédica na cidade: estratégias para impulsionar a pesquisa em células-tronco na regeneração cerebral. Revista Políticas Públicas & Cidades, v. 11, n. 2, p. 1-10, 2022.

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